Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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31 de dezembro de 2006

 

Mais filosofia e enfermagem

tem um texto de Thomas Khun (ou "Kuhn") chamado "Consolando o especialista". Neste aritgo, muito legal, ele descreve o especialista pegando como exemplo um bando de assalto a banco: assim com na ciência (Oh! Glória!), um bando de assaltantes de banco também conta com diferentes especialistas que formam uma equipe capaz de executar uma determinada tarefa. E, tanto em um quanto em outro caso, a equipe não trabalha pelo amor à ciência, pela busca da verdade ou pelo desejo de conhecer mais a fundo os bancos, mas sim por dinheiro. Ou porque outro motivo existiriam pesquisas sobre coisas absurdas (agora, quando mais preciso, não me ocorre nenhum exemplo, mas são aqueles tipos depesquisas que são apresentadas, por exemplo, pelo Jô Soares no seu programa ou, por outro exemplo, pesquisas como "quem tem mais neurônios, homens ou mulheres" - esse tipo de pesquisa, em particular, acho tosca, porque trata-se de mera estatística; estatísticas ´procedem por amostragem, quer dizer, de cem pessoas, pegamos dez e esperamos que esse grupo de dez reproduza todas as diferenças, semelhanças e relações que existem no grupo de 100 pessoas, é uma questão de confiança, de fé que o grande grupo se comporte de maneira semelhante à amostra, pois a impressão que fazem passar é que necessariamente o grande grupo se comportará como o grupo menor, o que é apenas uma possibilidade; como diz um amigo meu, se eu e você sentamos em uma mesa, e eu comer um frango e você nada, estatisticamente somos duas pessoas bem alimentadas, pois cada qual comeu meio frango).
Mas, voltando aos especialistas. A medicina é uma ciência de especialidades. Um médico é especialista em pernas, joelhos, rins, etc. A enfermagem é mais (não gosto dessa palavra, mas me rendo) holística. Eu nem sei direito o que quer dizer "holístico", mas me soa algo como "global". Sem querer defender coisas sistêmicas, nem me colocar contra, a enfermagem, tão desvalorizada, ainda assim consegue ser mais... sei lá. A questão é que a enfermagem é quem faz aquilo que atribui-se à medicina, que é cuidar de pessoas. À medicina interessam, é claro, as pessoas. Mas ela somente lida indiretamente com elas. A medicina investiga coisas relacionadas a pessoas, e não pessoas. É como a física, ou a química: no fim das contas, seus estudos acabam convergindo para as pessoas, mas o território delas é outro. A enfermagem, por seu lado, é muito mais antropólogica, digamos assim, do que a medicina (e talvez, mais do que a própria antropologia). Claro, ninguém tem a obrigação de estudar pessoas. A geologia é muito feliz estudando... coisas geo (não quis dizer "estudando pedras" porque acho que isso talvez não resuma a geologia). Mas o estatus que atribui-se à medicina pertence, de fato, à enfermagem. E a enfermagem nem precisa desse estatus, pois seu trabalho vai mais além, me parece.
Está muito interessante escrever isso, mas tenho que tomar banho para ir comprar cigarros, senão fico sem até dia 2.

 

Momento sem assunto

A piada pode ser até meio sem graça, mas, sei lá, é criativo... Tá, tá, não muito, mas...

Só para não ficar apenas na piadinha cretina:
Por muitos e muitos anos, eu ouvi a música "Tédio com um 'T' bem grande pra você", da Legião Urbana (que dizem que foi uma banda emo - precursora, na verdade -, mas de mim também já me disseram que sou emo. Por um lado, já disseram tanta coisa de mim que rótulo a mais, rótulo a menos, só coleciono - eu pareço uma mala de viagens, cheia daqueles adesivos dos lugares por onde ela passou; fica como lembraça dos lugares que visitei [ai que poético], mas esclareço que não sou mala, apesar da metáfora -; por outro lado, deixa o povo falar: pouca gente sabe que a minha tribo não existe). E eu sempre me impliquei com o "T bem grande pra você". Até que um dia fez-se a luz: "claro, 'T' quer dizer 'tesão'!". Genial. Mas, tá! e daí? o que tem a ver tédio com tesão? Seguiram-se mais alguns anos, e, desta vez, não fez-se a luz, mas o sr. Óbvio bateu em minha porta ( e eu abri, mas ele não disse "sras. e srs, pulem num pé só; sra. e srs, ponham a mão no chão, sras. e srs, dêem uma rodadinha, e vá pro olho da rua!") e me disse "Eu!", (quer dizer, "Óbvio!", afinal, ele era o óbvio) "tédio com um T bem grande pra você quer dizer tédio com T maiúsculo, ou seja, muito tédio".

 

Da série "Textos enormes para problemas maiores ainda"

Roubado daqui: http://www.elpais.com/articulo/sociedad/faltan/68/mujeres/elpepusoc/20061231elpepisoc_1/Tes

Aquí faltan 68 mujeres
El primer año de plena aplicación de la Ley contra la Violencia de Género se salda con una víctima cada cinco días

Miguel, Fredy, Pedro y Manuel: cuatro agresores más. Catalina, María Elena, María y Alicia: cuatro mujeres menos. Ellos las mataron. Y fueron muchas más: 68 vidas de mujer menos en 2006, segadas por hombres que dijeron amarlas. Una sangría que continúa en el primer año de aplicación plena de la Ley Integral contra la Violencia de Género. Una norma aprobada por unanimidad y destinada a combatir un problema viejo, antaño privado y ahora público. Una ley que endurece las penas a los hombres que maltraten. Pero que, de momento, no cambia una costumbre: la maté porque era mía. O porque quiso dejar de serlo.

Una víctima de la violencia machista casi cada cinco días a lo largo de este año. Ocho muertas más que en 2005, cuatro menos que en 2004... El recuento, que empezó a hacerse apenas una década atrás, no para de aumentar. "Aunque sólo hubiera muerto una, nos alarmaría. Pero no podemos perder la perspectiva", afirma la delegada del Gobierno contra la Violencia sobre la Mujer, Encarnación Orozco, personada como acusación en cada una de las 68 muertes. "La cadencia de víctimas es sostenida en los últimos años", añade. Desde 1999 hasta hoy, 492 ciudadanas han perdido la vida por la agresión de su pareja o ex pareja, según el Instituto de la Mujer. Pero este ha sido el primer año natural en el que la ley contra la violencia, la primera que impulsó el Gobierno de Rodríguez Zapatero, estaba plenamente vigente.

"A esta norma se le pide un plus que no se le pide a ninguna otra. Tampoco el Código Penal acaba con los delitos", asegura Orozco. "A la ley integral hay que darle tiempo para que cale en la sociedad. No sólo persigue el maltrato. También apuesta por la prevención. Su fin último es erradicar la violencia, y eso requiere un cambio social", plantea.

"La cifra de víctimas es desoladora", asegura la fiscal de Sala Delegada de Violencia sobre la Mujer, Soledad Cazorla. "Resulta especialmente alta en verano y en torno a la navidad, porque son fechas de mayor convivencia y de relaciones familiares más estrechas. Comprendo que la gente se alarme", prosigue la mujer que coordina la actuación de los fiscales especializados en combatir el maltrato. "Lo que ocurre demuestra, justifica y ampara la existencia de la ley integral, pero ninguna ley acaba con un delito. Y, además, este no es un delito como otros. Median relaciones afectivas. Hay mujeres que no se creen que las vayan a matar y bajan la guardia. Pero el agresor, que es quien mejor conoce a la víctima, actúa", añade Cazorla.

Como ocurre año a año, la mayoría de las fallecidas en 2006 no había presentado denuncia. Según los datos que maneja el Gobierno, que dejan fuera del recuento a las tres últimas víctimas, sólo 20 habían denunciado a su agresor. De ellas, 14 solicitaron -y obtuvieron- una medida de protección, generalmente una orden de alejamiento dictada para su maltratador. Pero sólo estaba vigente en 10 casos (tres mujeres renunciaron a ella y en el otro caso el agresor resultó absuelto). De la decena que perdieron la vida pese a contar con una medida para protegerla, cuatro permitieron al agresor que quebrantara el alejamiento.

Pero también murieron otras seis mujeres cuyos maltratadores se saltaron el alejamiento sin que nadie lo impidiera. "Eso es una llamada de atención. Hay que mejorar la respuesta a las mujeres protegidas", afirma la delegada Orozco. De ahí que las últimas medidas de choque, aprobadas por el Gobierno a mediados de este mes, incluyan ofrecer un servicio de teleasistencia a todas las víctimas cuyos agresores cuenten con una orden de alejamiento. Hasta ahora, la entrega gratuita de ese transmisor para alertar de cualquier peligro se limitaba a las mujeres con orden de protección (una medida temporal hasta que se celebra el juicio). La otra opción, dado que el Gobierno considera inviable dar escolta policial a todas las maltratadas, son las pulseras electrónicas, aún sin generalizar por problemas técnicos, según el Ejecutivo.

"El balance de víctimas de este año es malo, pero eso no significa que no se haya avanzado", asegura la magistrada Montserrat Comas, presidenta del Observatorio contra la Violencia Doméstica y de Género del Consejo General del Poder Judicial. "La ley contra la violencia es un buen instrumento y terminar con esa lacra ya se ha convertido en una prioridad política y social", valora. A su juicio, "los resultados son lentos porque se trata de un problema complejo, ya que se mezcla una situación de violencia con la pervivencia de sentimientos, con la dependencia emocional". Ana María Pérez del Campo, de la Federación de Mujeres Separadas y Divorciadas, asegura: "Las muertes no son responsabilidad de la ley. Hace falta más tiempo para ver sus resultados".

"Sólo con penas más duras no se acaba con hechos criminales. Junto con el endurecimiento del castigo se necesitan otras medidas, sobre todo de sensibilización social, de educación en la igualdad, de prevención. Creernos la igualdad entre mujeres y hombres es el mejor antídoto contra esta violencia", reflexiona Cazorla. Pero también cree que la norma tiene aún puntos flojos. El Gobierno quiere corregirlos con el plan de choque recién aprobado.

Dotado con 48 millones de euros, el plan permitirá, entre otras cosas, duplicar hasta 82 los juzgados que sólo se dedican a atender a las maltratadas. Los tribunales, algunos de ellos "sobrecargados" según Comas, han trabajado a buen ritmo. Entre julio de 2005 y junio de este año, los distintos órganos judiciales condenaron a 29.356 maltratadores, siete de cada 10 juzgados. Una media de 80 condenados por día. "Esto es gracias a la nueva ley y a la actuación de jueces, fiscales y policías. Antes se absolvía a siete de cada 10", asegura la magistrada.

También en 2007 se desarrollará el plan de sensibilización y prevención, la última medida pendiente. Como recuerda Ángeles Álvarez, de la Fundación Mujeres, "este año la ley integral ha estado plenamente vigente, pero no totalmente desplegada". Acaba 2006. Faltan 68 mujeres.

30 de dezembro de 2006

 

nada de novo

Dois assuntos reverberam na minha cabeça. dois assuntos bastante díspares, até mesmo quase sem relação um com o outro (dá para relacionar, até: ambos os assuntos envolvem seres humanos, e ambos me incomodam muito, de maneiras bem diferentes, é claro; mas vamos deixar de lado essas relações): um deles é que X não está aqui; o outro, é que uma menina de quinta série foi expulsa de um colégio porque chamaram-na de vadia (simples assim: "você é vadia!" Plim!!: foi expulsa da escola - onde estão as delegacias da mulher que não prendem ninguém por este tipo de violência?). Um assunto me faz sofrer, o outro me irrita profundamente. Em ambos os casos, me sinto impotente. Mas, novamente, são duas impotências bem diferentes.

É verdade que a história da menina não foi tão simples assim. Os meninos que a expulsaram (a diretora somente serviu de instrumento, como bem cabe a uma mulher em nossa cultura) tiveram de contar a seus pais que a menina fizera um boquete neles.
Vejamos: primeiro, os pais tiveram que acreditar neles: "meus filhos não mentem, de maneira alguma. Mas, será que estão mentindo? Bom, essa menina terá que ser expulsa de qualquer jeito, pois meus filhos não podem passar por mentirosos". Depois, a diretora teve de acreditar também.
A menina disse que não, não fez isso. Se confirmasse que fez, é vadia. Se não confirmasse - como de fato fez - seria uma vadia mentirosa. Digamos que tenha feito. E, ainda por cima, digamos que tenha feito por gosto. Sei lá, tem gosto para tudo. Todo mundo sabe que existe sexo oral. E que é bom receber. Todo mundo sabe que mulheres fazem em homens ou em mulheres ou em ambos (não necessariamente ao mesmo tempo, mas às vezes sim), e que homens fazem em homens ou em mulheres ou em ambos (idem). Claro que nem todas nem todos fazem ou ganham. Mas ´uma realidade. A menina, estamos pressupondo que ela tenha feito e gostado, foi punida por fazer o que gosta. Por sentir prazer. Claro, tem todos os perigos da AIDS e outras doenças assim, mas gente mais "madura" se arrisca muito mais. Imagine que horror uma mulher gostar disso, gostar de ter prazer. Imagine que perigo o meu filho conviver com uma gente dessas. Meu filho vai casar com uma mulher direita, tem que aprender a gostar de mulher direita, que seja gostosa, que seja burra, que não goze, que cuide da casa, dos meus netos e do meu filho, que trabalhe também fora de casa, que seja competente em todos esses serviços, que cuide da aparência, que não engorde, que não seja anoréxica, que costure, cozinhe bem, tenha bom gosto para decorar a casa, que seja submissa sem o ser de maneira escancarada, que seja fiel, leal como um cusco (ou como uma cadela), sorria sempre, se vista bem, e isso só para começar.
Mas a menina disse que não fez, portanto, vamos tomar partido dela (já que a escola não foi capaz disso). O que essa menina aprendeu com a sra. pedagoga, dona Escola?: a) nunca contrarie um homem. Isso é tudo o que uma mulher deve saber, o resto é consequência.
Fala-se muito em magias, simpatias, etc. Nada disso é científico, pois nada disso pode ser palpável, provado, analisado. Agora me digam, senhores cientistas, o que não é palpável aí? Um menino diz "foda-se", e a menina se fode. Tinha um cara que dizia "Shazam" e se transformava em Shazam. Não vá me dizer que isso é fantasia.
As bruxas, as que foram queimadas no século passado, foram queimadas não por serem bruxas, não por associarem-se ao diabo, muito menos por terem a teta do diabo. Elas foram queimadas apenas por terem poderes. Dito asssim parece até piada: elas tem poderes (no episódio dos Simpons no Brasil, acho que se chama "Blame it Lisa" e eu não faço a menor idéia de como se traduz isso, a Marge diz a Lisa para não contrariar as freiras, porque elas tem poderes, e isso fica muito engraçado, porque é muito inocente). Mas elas tinham poderes. Sem entrar na questão de se uma simpatia, um encanto ou uma maldição funcionam mesmo ou não, o poder que elas tinham era o de dizer "vou amaldiçoar você" e a pessoa acreditar. Elas tinham crédito, as sras. bruxas. O poder é sempre uma questão de crédito: acreditam em você ou não.
E mulheres nao são, em nossa belíssima cultura, seres dignos de crédito: mulheres tem TPM, menos neurônios, servem para enfeitar o mundo e parir.
Certo, certo, tem a Michele Bachelet, a outra que é chanceler da Alemanha, a Dilma Rousseff, a Daiane dos Santos, a J.K. Rowling... Até que algum rapaz diga: "mãe, ela é vadia"
(por favor, espero, um dia, levar nos dedos e descobrir que não é assim)

 

Variações sobre o mesmo tema: vá ler os outros posts ou visite os links.

Para que serve um blog? Existem pessoas que realmente fazem estudos sérios com isso. Minha contribuição, então, à ciência - esta que é o diferencial do ser humano, afinal somos a única espécie que sabe, e que sabe que sabe. Também somos a única espécie que expulsa garotinhas de quinta série da escola porque uns pivetes coleguinhas dela contaram (veja bem, contaram que ela fez boquete neles - coisa que as nobres mamães não fazem nos seus maridos porque isso é coisa de puta, e que, se alguém fizer em seus filinhos, que não seja uma colega porque eles não podem estudar com putas, esse ser de qualidade inferior; afinal, além de mulher, é puta. - Enfim, eis minha contribuição à ciência:
Um blog serve para falar da pessoa que se ama (será que amo mesmo? dizem - Hollywood, Walt Disney - que o amor d[a certo no fim. De qualquer maneira, independente do que dizem os estúdios de cinema norte-americanos, as pesssoas que conheço conseguem amar e ser amadas. Sei lá, o povo se acerta, dá um jeito, tem competência para isso.) enquanbto se está longe dela. Longe demais das capitais, na periferia do amor. (poético!, mas trocaria toda a poesia por um beijo, que, mais do que as palavras, é aquilo com o que se faz poesia).
Renato Russo: "Saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago" (no CD A Tempestade, não lembro o nome da música, é uma que começa assim: "Se a paixão fosse realmente um bálsamo, o mundo não pareceria tão esquivocado.") Errou feio, desta vez, o finado. Que estrago houve? Nenhum. Nem oportunidade para isto houve. Ninguém estragou nada. Ninguém sequer tocou em nada, como se esperássemos a polícia chegar. Saudade não é mágoa pelo estrago. Saudade é consequência da diferença de fases, de potencial: eu gosto de você, você não gosta de mim. Certo, não é tão simples assim: você gosta de mim, simpatiza, quer o meu bem, mas não tem o menor problema em ficar longe, não sente a distância, também se machuca mas é por outra pessoaa. E eu, eu somente gosto de você, quero que você seja feliz, até mesmo com a trolha que você chama de "quem eu amo". Mas a trolha nem para isso serve. Por isso é uma trolha. Bolha, trolha, troço, rolha de poço! (mas a trolha em questão não é gorda, foi só para ofender mesmo).
Sempre escolhi os empregos errados, as carreiras erradas, sempre falei quando não devia, meu bilhete nunca é o premiado (menos quando tinham os palitos premiados da Kibon, foram poucos, mas ganhei alguns picolés de limão e de uva de graça, que saudade), os cursos que fiz, ou as escolas onde estudei, ou eram bons antes de eu entrar e quando cheguei já eram decadentes, ou começaram a brilhar depois que saí. Tem um filme chamado "O homem que não estava lá", t´tulo que eu acho muito engraçado: assim como o homem do filme (que, aliás, nunca assisti, e gostaria de saber onde diabos ele não estava), eu também nunca estou lá. Ou estou chegando, ou já fui, ou mudei de rumo. Sempre aqui. "Esperando, parada, pregada na pedra do porto", "como as pedras imóveis na praia, eu [não] fico ao teu lado ... aprendi o segredo, o segredo, o segredo da vida, vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar. Vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar. Vendo as pedras que sonham sozinhas no mesmo lugar." Enfim, mesmo quando eu pensava "se eu escolho sempre errado, basta que eu faça o contrário do que escolhi", o que dava certo era o que eu tinha escolhido mas não fiz.
Detalhe: veja a importância que uma pessoa acaba assumindo na vida de outra: existem muitas coisas boas, ótimass, supimpas na minha vida. E eu estou aqui contando sobre elas? Eu estou me lembrando delas agora? Não, estou aqui reclamando, resmungando que X não está aqui, que não vi X, que queria ver X, que gosto de X. Eu até me torno uma pessoa chata. Sempre o mesmo assunto. Mas é o que acontece quando... enfim, se anda sem se mover.
Posso dizer até que minha vida anda, mas que, ao mesmo tempo, não anda.
É como um disco girando: há movimento, pois, se você olhar as boras, elas giram, se movem; mas lá no centro, tudo parado, tudo calmo, tudo igual. Não queria que fosse como um disco, mas como um rio: movimentação, ida. Como o mar: ondas, maré alta, maré baixa, golfinhos, água salgada... Não esta poça d'água parada, não essa água de poço, não esse silêncio dos inocentes.

 

...

Fazem anos que meu maior problema era que ninguém comentava nada aqui.

...


Sobre um post q eu li em outro blog (está ali nos links, vá ler lá - digo por dizer, só eu leio o que escrevo, e já li lá):
Uma menina de 5ª série foi acusade de ter feito um boquete em uns coleguinhas dela. As mamães dos meninos ficaram sabendo, e expulsaram a garota da escola, porque ela era uma vadia.
O poder que os homens tem é foda. Pivetes de 10 ou 11 anos já podem foder com a vida de uma garota. E, detalhe, sem nem tocar nela. Suponhamos que ela não tenha feito nada com ninguém. Digamos que os meninos tenham apenas ficado despeitados porque a menina não fez o que eles pediram. Um cara sabe como foder com a vida de uma garota. Diga que ela é: a) lésbica, b) galinha, c) pouco feminina. Somente meia dúzia de palavras bastam. Claro que, para esta meia dúzia de palavras funcionarem, você deve jogá-las dentro de um sistema que as faça ter o efeito desejado. Vá chamar alguma das putas que fazem ponto aqui na esquina da minha casa de vadia: quem se fode é você, porque elas não deixam por menos.
Quer dizer, é uma questão de cultura: mamães ensinam suas filhas que não devem sentar de pernas abertas, que meninos devem ser respeitados, que a Disney estava certa (sempre aparecerá um príncipe, encantadíssimo, e ele sempre será bom), que você deve dar-se ao respeito, que o mais importante de sua vida é ser elogiada por sua beleza, essas coisas todas. Ensinam às meninas apenas que elas existem para os outros, por isso é tão fácil foder com a vida de muitas mulheres.
Li algumas dessas cartas que pessoas carentes escrevem para o papai noel e mandam para os correios, e que os correios disponibilizam para o restante da população para que esta realize os pedidos das cartas; em uma delas, uma mãe pedia coisas para seus filhos, sua mãe doente, o marido desempregado, e, para ela, pedia apenas que deixasse aquelas pessoas felizes, que ela ficaria feliz. É para isso que existem mulheres: para trazer felicidade aos outros. Como um chocolate, um baseado ou um copo de pinga. Assim como um chocolate, um baseado ou um copo de pinga, uma mulher tem que funcionar, tem que fazer o coração bater mais fforte, tem que fazer seu marido, seus filhos, seus pais (ia dizer "seu chefe", mas já citei tantos chefes das mulheres) felizes. Claro que ela pode ser feliz, mas que não espere que os outros façam isso por ela - se eles fossem dar-se ao trabalho de fazê-la feliz, que tristeza, estariam tirando o sentido da existência dela... Pobre.

Fico feliz em pertencer a tão avançada cultura. Acho que devemos ter orgulho de ter criado esta sociedade, em participar dela, e em mentâ-la como está. Cada vez q eu leio O Segundo Sexo, desconfio que o livro foi escrito ontem, e não a quase cinquenta anos. Mas cada vez mais desconfio que vai demorar até que alguma - ou algumas - mulher tome tino e... O que eu mais gostaria de ver era que um monte de mulheres fizesse algo parecido com o Michael Douglas em Um dia de Fúria. Terrorismo feminino. Mas conseguem aprisionar as mulheres dentro das menter delas, e desse lugar é difícil sair.

 

Não sei que título dar a isso.

Eu deveria ser mais forte. Mais capaz de s´portar não te ver. Em um horóscopo de um dia desses, li uma pérola, que aconselhava a aproveitar a emoção de não saber se a pessoa amada apareceria ou não. Que grande besteira! Se alguém um dia lhe disser que é muito bonita essa incerteza, essa espera, essa ansiedade que pode culminar ou em alegria, ou em frustração, mate-a! Ou mande-a calar a boca, caso você seja uma pessoa mais civilizada. Porque isso não é conselho que se dê, isso não é coisa que se diga. Uma pessoa que diz uma coisa dessas ou nunca precisou esperar ninguém, ou agora não precisa mais.
É muito fácil não ter medo do escuro quando é o sol está a pino.
Mas, de qualquer maneira, eu deveria ser mais forte. Deveria ter a força que tenho quando estou junto de... X (muito criativo). Deveria ser alegre longe desta letra como sou junto dela. Deveria ser alegre, e não ficar alegre por ela. Força, alegria, leveza, vontade de dançar, de falar, deveriam fazer parte de mim, e não somente o resultado de estar com X.
Mas tudo o que sinto é um aperto no coração. Medo de não ver esta letra mais. De descobrir que ela foi para outro estado, outra cidade, outro bairro. Que prefere andar com outras pessoas, que cansou da minha companhia, que não tem mais tempo para... nós (neste caso, "nós" = entidade metafísica sem existência concreta ou pública; devaneio; delírio; loucura; sonhos de uma noite que nunca houve).
Tenho medo longe de X. É interessante, até. Nunca tive muito medo. Não que não conheça o medo (também não tenho nada de Chuck Norris, que não conhece o medo, e já contou até o infinito - duas vezes). Mas passei a conviver com um tipo de medo quase insuportável.
Talvez o medo seja uma antecipação mental do perigo. Tipo, você ouve um tiro, mas não levou um tiro; então, sente medo de levar um tiro. Você projeta uma consequência de determinada configuração de fatos presentes. Podem haver outras consequências (como nennhum tiro acertar em você, ou já terem parado de atirar), mas você se prepara para evitar a consequência pior, qie seria levar um tiro.
Mas, neste caso, a consequência pior está acontecendo e pode acontecer ainda. Estar distante de X já é um fato. E pode acontecer que eu me mantenha por mais tempo distante de X. Esse é que é o problema. Não estou antecipando uma consequência, mas tenho medo de que a configuração de fatos deste momento se mantenha. Para os outros medos, para as outras consequências, me preparava, e procurava não tanto em evitar, mas sim em ter meios de reagir. Para este medo, que não é somente uma projeção, já que já é um fato, e o que existe de projeção, neste caso, é a possibilidade da manutenção, do prosseguimento deste fato; para este medo, não sei como, não tenho como reagir, a não ser encontrando X. O pior que pode acontecer é tudo ficar como está agora.
Saudades apenas. E que ninguém venha me dizer que "é a palavra mais bonita da língua portuguesa".

...

28 de dezembro de 2006

 

Letras de músicas

Duas letras da banda Relógios de Frederico. Correm muitas lendas sobre a origem do nome da banda, e eu não conheço nenhuma. Mas dizem que o nome inspirou-se no episódio da morte do rei Frederico IV: no exato momento em que ele faleceu, dizem que todos os relógios de sua coleção pararam de tocar. Outras lendas dizem que o nome surgiu da descoberta de uma estranha compulsão de Nietzsche (que, como todos sabem, chamava-se Friederich, como o citado rei) por relógios, compulsão esta batizada, informalmente entre os biógrafos, de vontade de as horas ver.
Além das lendas, sabe-se que neste álbum da banda (cujo nome - do álbum - eu não me lembro) são executadas canções atonais, do gênero música atonal, que vêm a ser uma coisa muito interessante mas que, devido à minha preguiça de explicar, não explicarei e sugerirei, ainda por cima, que você pesquise no Google (no Yahoo também pode ser, ou você pode tentar o Cadê, que é brasileiro como o café, mas que tem base de dados menor - fato que, entretanto, nada tem a ver com o café). Mas ouvir estar músicas é mais legal do que ler.

escalinha
Eis a melodia que eu canto,
que eu fiz pro meu amor
eu vou cantando e vou subindo,
e a cada nota evoluindo,
e agora que eu cheguei,
cheguei no topo, vou descer,
e devagar eu vou voltando,
de parte em parte eu vou cantar
a melodia tão bonita
que eu fiz pro meu amor,
e que me faz sentir assim:
Lálálálálálá!
Lálálálálálá,
lálálálálálá,
lálálálálálá,
lálálálálálá...

chá de marshmallow
Eu odeio o teu sorriso
que me atrapalha,
deixa eu tocar!
Evitar vivo tentando,
mas acontece que quando eu ando,
em minha volta tudo o que eu vejo:
teus dentes criados todos podres.

"Todos teus dentes são horríveis, não sobra nenhum que não seje muito feio.
De burro morreu um velho - que se não morreu, tem que morrer."

Tadinho do tubarão, que também vai cair na
Rede Chinelona!
Chinelona! Chinelona! Chinelona! Chinelona! Chinelona! Chinelona! Chinelona! Chinelona! Chinelona! Chinelona! Chinelona!

"Todos teus dentes são horríveis, não sobra nenhum que não seje muito feio.
De burro morreu um velho - que se não morreu, tem que morrer."

27 de dezembro de 2006

 

Existem sacos que merecem ser puxados


A) Não pedi autorização da autora para copiar.
B) Espero que ela não fique brava, caso descubra.
C) Existem textos dos quais eu morro de inveja (veja bem, dos textos), e os quais eu gostaria muito de ter sido a pessoa que escreveu, a pessoa que teve a idéia, enfim, são tão bons que gostaria que fossem meus (quer dizer, são raros textos que conseguem me expressar, por mais que não tenha sido eu quem tenha escrito), e de qualquer maneira eu os cito, eu reflito sobre eles, os reconstruo e esqueço para lembrar de novo um dia; são coisas como todo O Segundo Sexo, todo o Mil Platôs, todo o Anti-édipo, muitos poemas de Cecília Meireles, muitos de Fernando Pessoa, algumas músicas da Graforréia Xilarmônica, toda a Geneaolgia da Moral, enfim, e mais alguns outros, dentre eles, esse aí debaixo.
E) estou me controlando para não mentir e dizer que fui eu quem fiz.
F) Mas, no fim, eu sempre me controlo.
G) E talvez você prefira ver o texto direto no blog da menina, o que eu recomendo, assim como recomendo também que leia o resto: http://orquideavioleta.blogspot.com/



26.12.06

Não, eu não sou discreta.

por Orquídea

Eu não sou discreta. E não quero ser. Sou feliz assim, com um "gay" escrito na testa. Namorando no shopping, comprando presentes de Natal com a namorada. Passando o Natal com a família da namorada. Andando de mãos dadas. Me sinto normal assim. Por que deveria ser diferente? Homens beijam mulheres em público. Eu também quero beijar a minha.
.
Logo que minha mãe me assumiu para tios e tias, ela ouviu uma enxurrada de "fale para a Orquídea ser discreta, afinal, o mundo é cruel!". Mais cruel, para mim, é perder minha vida me escondendo. Escondendo o que sou para o mundo. Escondendo a verdade de mim mesma.
.
O Amor deve ser celebrado, dignificado. Não oculto e vergonhoso. Eu amo, assim como tantos outros amam, e beijam, abraçam, trocam carinhos. Eu também quero trocar carinhos. Por que isso me é negado?
.
Desconsiderei os apelos de meus tios. Se é para sofrer com o preconceito, prefiro que ele seja esfregado na minha cara. Não agüentaria a sensação de sufocamento ao saber que todos presumem, falam mal pelas costas, riem de mim, sentem pena do meu "desvio". Eu não tenho um desvio. Eu estou bem desse jeito, e quero que todos saibam disso.
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Lésbica? Sim, eu sou. A única da família, mas isso não me deixa tímida. Isso me dá coragem para vestir a roupa de "diferente", "sapatão", "esquisita", o que mais quiserem. Desde que saibam. Desde que eu diga, na cara deles, que essa é a vida que eu escolhi para mim, e eu a amo. Não a trocaria por nada, nem por um homem, nem por um casamento, nem por aceitação social. Eu adoro o mundo gay. Eu adoro amar outra mulher. Eu adoro me sentir livre de padrões heterossexuais. Eu adoro as baladas gays. (os héteros são normais e chatos, pra mim. entediantes.) Eu adoro a bandeira do arco-íris.
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Eu gosto da subversão, do inverso, do inusitado. Quero quebrar as correntes que me prendem num gênero único e certinho: "você é mulher, usa salto, gosta de cor-de-rosa, sonha em casar de branco e ter filhos loirinhos". Eu quero gritar a todos que eu existo, assim como tantas outras, e que nós somos felizes assim. Que nós somos normais. Para que um dia não exista mais armário nem militantes, apenas igualdade e respeito.
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Mas isso não acontecerá se formos todos discretos. Invisíveis. Inexistentes. A sociedade nunca mudará se nós continuarmos escondidos, marginalizados, desconsiderados. Seremos sempre a minoria negada, facilmente jogada para debaixo do tapete. Apagados dos livros de história.
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Quero aparecer, quero mostrar que existo, e quero dar a cara à tapa: quem tiver algum problema comigo que fale na minha frente, pois eu assumo o que sou para você. Por que isso te incomoda? Não vou ser discreta. Quero abalar as estruturas. Quero derrubar os preconceitos. Quero que as pessoas se sintam incomodadas, afinal, quem sabe assim elas olham para além de seus próprios umbigos. Quero uma revolução. Não vou me esconder.
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E quem tiver essa flama acesa dentro de si, tome a dianteira também. Vá para a linha de frente, alguém tem que fazer esse papel. Assuma. Lute contra seus próprios medos e preconceitos, eles nos matam mais que os externos. Seja você. Contagie outros a sua volta. Liberte-se. Vamos mostrar ao mundo a que viemos - e não, eu não vim ao mundo a passeio, nem para jogar minha vida no lixo enquanto outros aproveitam as suas. Quero amar, ser amada, ser respeitada, ser normal. E para isso faço minha parte. Você já pensou em como pode fazer a sua?

25 de dezembro de 2006

 

Poeminha tosco

Não vou dizer que a tua voz sonolenta é a voz mais doce do mundo. Eu não gosto dessas doçuras todas, dengos e manhas que somente tu consegue me fazer gostar.
Eu não vou dizer que tua doçura me encanta até o mais longe que posso sentir em mim. Afinal, eu sempre achei que "encanto" fosse alguma coisa parecida com "mentira". E também não vou te contar que "encanto" hoje em dia é tão real quanto qualquer realidade real.
Eu não vou dizer que o menor movimento teu pode me trazer a mais ampla alegria ou a mais tenebrosa tristeza. Eu, que nunca gostei de depender de ninguém, não vou admitir assim, fácil, que dependo de ti como a lua depende do sol para brilhar.
Tu nunca me ouvirá dizer que tua presença é também minha presença, que longe de ti fico distante de mim. Isso porque sempre eu estou contigo, nem que seja dentro de mim, do coração, ou em qualquer um desses lugares abstratos aos quais nunca fomos, mas que conhecemos melhor do que nossa casa. Isso porque acho que gosto de ti.
Não sei terminar poemas, espero esquecer também como se termina uma relação.

 

Citação

Este blog precisa de mais seriedade. Segue, portanto, uma citação, para não dizerem que eu não me baseio em referências certificadas:

"Eu nunca julgo as coisas pela aparência, nem mesmo bolsas de tapete."
Merry Poppins

 

Enquanto isso, na décima segunda casa:

"Peixes (19/02 a 19/03) por Amanda Costa Segunda, 25 de Dezembro de 2006

As coisas estão ficando mais sérias e profundas, mas isso não impede que continuem divertidas. Aquilo que você esperava não pintou, ou simplesmente não preencheu suas expectativas? Será mesmo? Encontros românticos se tornam ainda mais significativos quando os amantes não sabem ao certo se irão ou não se encontrar outra vez... "

Profético, eu espero...

 

Fim de carreira

(alertamos que a cena a segir é forte e chocante. se você possui problemas cardíacos, insonia ou se assusta fácil recomendamos que pule este post, visite um de nossos links, etc. CUIDADO! Cenas FORTES de tédio e depressão!!)

Cena: sala de estar, TV ligada, computador ligado.
Minha irmã, esperando virem buscá-la para a festa, assiste TV. Na Globo. A Globo detém os direito de transmissão da Copa, da F-1, do nascimento da Sascha. E deve possuir também os direitos de transmissão da missa do galo rezada pelo papa nazista. É o que ela assiste. Tem até comentários!!

O negócio é o seguinte: se você NUNCA foi numa missa, saiba que assistir a missa do galo na TV é mais chato ainda, não perca tempo com isso. Se você já foi em uma missa, você já viu TODAS as missas. PORQUE, então, alguém comenta alguma coisa? "O papa pega a hóstia! Ele merguuuulha no cálice, agora ele leva a óstia à boca, ele vai tomaaaaar o sacramento minha gente! E, como eu disse, ele está tomando, tomando o coooooorpo de Cristo, vai tomar, olha lá: abriu a boca, levou a óstia e, e, eeeee Améééémmm, ele tomou o corpo de cristo, em uma jogada impressionante!!!! Vamos rever. Foi uma jogada artística"

Durante muitos, mas muitos anos mesmo, eu me perguntava o que poderia significar "Tédio com um T bem grande para você". Infelizmente descobri. Por pior que fosse, pelo menos o Karol era mais carismático. Sei lá, parecia um vovô carinhoso. Claro, era tão mau como esse, mas esse de agora tem até cara de mau (como bem observa minha irmã).

Acho que, tudo bem, se a pessoa precisa de drogas (precisar é diferente de usar), faça bom proveito. Mas use maconha, coca-cola, chocolate (eu adoro amargo, é muuuito bom)... até cocaína, que eu (veja bem: eu, opinião meramente pessoal e, ainda por cima, muito superficial) acho muito decadente, é melhor do que a driga que o papa vende (veja bem outra coisa: nada contra o cristianismo, a pessoa gosta do que quer, mas tudo contra certo tipo de cristianismo): pelo menos a pessoa - em geral - goza quando cheira.
Sei lá, opiniões meio perigosas, mal formuladas, mas a missa do galo é horrível.



Pelo menos começou Marry Poppins, que é muito legal.

 

Filosofia e enfermagem

Acho que eu estou começando a entender o meu interesse por enfermagem.
Estive falando com uma prima, que é enfermeira, sobre as relações entre medicina e enfermagem. Trata-se de uma relação um tanto conflituosa: médicos (sem, é claro, generalizar exageradamente) vêem enfermeiros como "hierarquicamente inferiores", digamos assimn. Quer dizer, a enfermagem é uma coisa menor, uma ocupação mais vil, mais chã.
A coisa toda tem mais detalhes, mas comi muito peru (na verdade era um porco) e isso tira o ânimo da pessoa escrever.
Mas existe uma relação semelhante na filosofia. existe uma filosofia "enfermática" e uma filosofia "médica". Kant, por exemplo, faz uma medicina filosófica - ou uma filosofia médica, se se quiser assim. Ou seja, Kant prescreve, diagnostica, trata a parte pelo todo. Kant investiga o conhecimento, descobre seus limites, suas propriedades, faz uma crítica. Por outro lado, temos alguém como Kierkegaard. Kierkegaard (que, já me disseram, pronuncia-se "kirquigór", com o segundo "r" puxado como o do interior - outra curiosidade fora do assunto: ele chama-se Soren Kierkegaard, meu teclado não tem aquele "o" cortado no meio para escrever certo, e "Soren", em dinamarquês, é "Severino"; imagine Kierkegaard recitando: "meu nome é Severino, não tenho outro de pia..."); enfim, Kierkegaard tem os seus diferentes pseudônimos, ele escreve um livro com um pseudônimo e, com outro pseudônimo, polemiza com o anterior - aliás, os estudiosos (os epsecialistas) de Kierkegaard consideram cada pseudônimo praticamente de forma independente: não foi Kierkegaard quem escreveu Migalhas Filosóficas, mas sim Climacus. Kierkegaard escreveu as Obras do Amor, ou o Diário de um Sedutor, mas não as Migalhas. Interessante. E muito diferente de uma Crítica da Razão Pura.
Kierkegaard, Nietzsche, Montesquieu, esse povo é um pouco escanteado na filosofia - não muito, claro, pois Nietzsche está na moda, Foucault também - mas é uma filosofia tida como de segunda categoria, como a carne mais barata que se compra no supermercado, uma filosofia que não é um Kaaant, não é um Heeeegel, mas é uma filosofiazinha, tem seu valor, é bonitinho. Mas você tem que conhecer, mesmo, é Kant, a filosofia séria de Hegel, Descartes, Habermas....
Não é para parecer um conflito de classes - nem na saúde, e nem na filosofia, embora essa coisa toda também dê margem a isso. Mas mais do que um conflito de classes, é uma postura. O médico que te olha por cinco segundos - e já é muito - e te diz "é uma virose, tome uma aspirina e volte em quinze dias se não passar" ou "mas você não pode ter dor aí: o raio-x não mostra nada, pode olhar"; possui uma postura diferente do filósofo menor que escreve por aforismas, cria conceitos ou fala em mônadas.
Acho que é por aí.
...

24 de dezembro de 2006

 

Manu Chao

CLANDESTINO

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel

Pa' una ciudad del norte
Yo me fui a trabajar
Mi vida la dejé
Entre Ceuta y Gibraltar

Soy una raya en el mar
Fantasma en la ciudad
Mi vida va prohibida
Dice la autoridad

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Por no llevar papel

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Yo soy el quiebra ley

Mano Negra clandestina
Peruano clandestino
Africano clandestino
Marijuana ilegal

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel

Argelino clandestino
Nigeriano clandestino
Boliviano clandestino
Mano negra ilegal

Gosto das músicas dele.
Sempre me dizem que se escreve Mano Chau, mas eu nunca acredito.

 

De uma música que me adivinhou

"Cuando me buscan nunca estoy
Cuando me encuentran yo no soy
El que está en frente porque ya
Me fue corriendo más allá"

22 de dezembro de 2006

 

Copiando

''Violência'' às vezes é necessária. Mas, em geral, é uma ração possível diante da incapacidade e debilidade de uma pessoa frente a uma situação. Os EUA, por exemplo, são incapazes de "ocidentalizar" o Iraque, então invadem e violam. Não acho que, de maneira universal, um homem não possa agir com violência para com uma mulher. Mas, de maneira geral, agir com violência é, como eu já disse, um atestado de incapacidade débil, de uma fraqueza covarde. Mas a mediocridade, como sempre, pode sempre ser maior. Isso se confirma quando se vê que, ainda, uma mulher precisa apanhar ou sofre alguma violência por ser mulher. Existem muitos motivos para se sofrer alguma violência, e nenhum deles, geralmente, justifica a violência. Mas certas pessoas - tá, estou falando de homens - são incapazes de um relacionamento saudável com o sexo oposto (e, talvez, essa oposição sexual talvez seja, também, uma violência), são incapazes de relacionar-se de maneira satisfatória (e não falo somente em relação a sexo, infelizmente não é óbvio) para si e para a outra, são incapazes de satisfazer quaisquer desejo que tenham por ela, e são, geralmente, a nata da mediocridade invejosa e ressentida (travestis em potencial que não aceitam suas tendências, talvez?). Violência às vezes é necessária. Mas contra pessoas medíocres, invejosas, ressentidas, incapazes de agir, de conduzirem-se a si mesmas, contra essas pessoas temos somente a violência irracional, irrefletida, injustificada (um marido que espanca uma esposa deveria sofrer penas desproporcionais à violência cometida, como ser morto através da drenagem lenta e gradual do seu sangue, depois de ser picado por algum animal venenoso que produza algum veneno muito dolorido, tipo assim).
Claro que existem mulheres cachorras que merecem, contra si, violência. Eu, pessoalmente, nunca vi. Se mulheres medíocres, incapazes, etc, disseminarem-se pela sociedade e tornarem-se em um câncer como tornaram-se os homens misóginos, falo mal delas também. Mas espero que, nesta "competição", as mulheres aceitem uma posição inferior. Pretensamente inferior, é claro.
Dito isso, colo embaixo o que copiei, sem permissão, deste blog (que é muito legal, por sinal): http://orquideavioleta.blogspot.com/
Violência contra a mulher
por Orquídea
Alguns depoimentos:
."Já com 14 anos, (ano passado) eu estava indo pra um show que tem aqui em Santos, com um grupo de meninas, eu e minha amiga, esbarramos em uns garotos, que estava vindo em sentido ao contrario ao da gente, e eles aproveitaram esse esbarram e passarão a mão na nossa vagina. Não sei o que minha amiga pensou mas não falou nada. E eu muito envergonhada, tive a coragem de os xingarem só."
."Eu tinha 16 anos quando apanhei de um cara que vi duas vezes e mal sabia quem era. Sua namorada era minha amiga, mas mesmo assim ele não gostou de termos saído juntas. Apanhei na rua enquanto muita gente olhava mas ninguém fazia nada, e quando a ficha caiu e eu finalmente consegui reagir, todos me seguraram. Lógico, onde já se viu mulher reagir enquanto apanha? "Mulher que é mulher tem que apanhar calada! Não separe, ele deve ter seus motivos... O quêêê, ela é sapatão? Então bate mais, meu filho, pra ver se cura!"
."Lembro que tinha uns 7 anos e era humilhada na escola por ser gordinha e por isso muito sozinha. Um belo dia esse velho me pediu para ficar de pé e encostar na parede, sem entender o porque eu fiz, ele abaixou o meu short e começoe a apassar a mão em mim. Não estava entendendo e achei que se saisse meu pai brigaria, já que eram muito amigos. Isso continuou a contecendo, toda semana, até o dia em que meu pai vendeu o mercado e eu nunca mais vi o velho."
."Foi meu marido quem me agrediu. Pensei que teriámos uma relação agradável mas fui surpreendida com uma enorme brutalidade.Tive a sensação de que ele estava descarregando todo o seu ódio em mim, foi muito ruim. Nem os meus gemidos de dor e minhas lágrimas foram capazes de tocar o coração dele. Terminado o serviço ele dormiu como se tivesse sido bom para mim também. Hoje estou com medo de que ele me toque novamente, não quero ser submetida áquela situação novamente. (...) Não sei se é físico ou psíquico mas ainda sinto dores no meu ventre, e já faz uma semana.Estou enviando está história para que outras mulheres saibam que não só são as Marias da vida que são vítimas de homens covardes, eu que sou advogada tenho muito medo de falar sobre isso."
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.
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Todos os dias mulheres são violentadas das mais variadas formas. Todos os dias mulheres são silenciadas, seja por vergonha, por medo, por violência física, por se sentirem culpadas ou por tantas outras razões. Todas nós somos, em maior ou menor grau, vítimas de uma violência invisível.
.Está na hora de tornar essa violência visível. Precisamos mudar essa realidade.
.Trechos retirados de www.fotolog.com/stop_homophobia e http://www.benditazine.com.br/. Visitem!

21 de dezembro de 2006

 

Metas de fim de ano

Emagrecer e sair do SPC (talvez, pagando as contas vencidas, eu fique sem dinheiro para comer.)
("Ria de si, antes que algum aventureiro o faça" - podem me citar)

 

O mundo natural

Pintei meus cabelos dia desses. O mundo veio abaixo (causou mais comoção o meu cabelitcho do que as mortes no Iraque ou o perigo que paira sobre o Aquífero Guarani). Uma das coisas que mais ouvi foi: você não se ama como é e por isso tem que mudar de cabelo para se gostar - ou seja, você é anti-natural.
Primeiro, entendendo o que os outros querem dizer: as pessoas pressupõem que uma pessoa pinta os cabelos, coloca piercings, faz tatuagens, etc, só porque não gosta do corpo tal como ele é ("ao natural"). Mas não cogitam a possibilidade de você gostar dos seus cabelos (e do resto do seu corpo) como são (e, "ao natural", os meus são lindos, modéstia à parte), mas gostar deles também em outras cores (se minha "natureza" fosse ser mala, eu poderia dizer até que somente as pessoas que pintam o cabelo realmente gostam do seu cabelo, pois gostam deles em todas as cores e tonalidades possíveis, e não somente com sua cor "natural" - mas não penso isso). Quer dizer, trata-se de uma monogamia estética que fundamenta-se na regra do Terceiro Excluído (Aristóteles): se você gosta de X, necessariamente você odeia Y. Se você gosta de X e de Y, procure um cérebro pois você não tem um. Traduzindo para esta situação em particular: se você adorna seu corpo, você não gosta dele sem adornos ("anti-naturais"). Impossível que você goste de si tanto de cabelos vermelhos quanto de cabelos raspados: de alguma maneira você deve se odiar. A natureza, aí, é ser sempre do mesmo modo como se nasceu. Simples assim.
Porém: se eu fosse do mesmo modo que era quando nasci, ainda seria careca, diria gugu-dádá e engatinharia até a universidade. As pessoas crescem e mudam. "Mas são mudanças naturais, já previstas nos seus genes, etc". Então agora natureza é ser fiel a seus genes. Tá, então vamos parar de dar vacinas para as pessoas, pois, "naturalmente", uma pessoa deve morrer ao ser picada por uma cobra ou comer uma salada com salmonela. Eu gostaria de ver um padre que é contra homossexuais argumentar que homossexualidade é anti-natural, e viver no calorão sem ventilador - já que o ventilador também é muito antinatural, não deixando o calor do sol exercer toda a sua potência, dada por Deus para que seja utilizada. Aliás, não somente os ventiladores e os homossexuais deveriam ser expulsos do planeta: todas as roupas do mundo devem ser queimadas junto com os andróginos, todas as casas devem ser derrubadas com as abortistas dentro (as casas dos castores e os ninhos de passarinhos também), as cenouras de coloração laranja devem ser proibidas de ser comidas (a cor "natural" da cenoura não é essa que conhecemos), toda a linguagem humana também deve acabar, pois nunca se viu uma abóbora lendo Cervantes ou conversando com sua vizinha couve, que absurdo! (provavelmente, elas estariam falando mal da cenoura, que é anti-natural, e falar mal do vizinho também é pecado, e não seria possível pecar falando mal do vizinho se não falássemos).
Claro que restaria um problema: as baleias também seriam proibidas de conversar? Como já foi dito antes, os castores e os passarinhos também não poderiam construir casas? Mas o argumento seria que tudo que os bichinhos fazem é natural. E, claro, as pessoas não são bichinhos, mas sim o ápice da criação. Ora, faça-me o favor!!!!
Toda essa conversa de coisas naturais é tão-somente um discurso que vingou, que deu certo, que colou. Assim como toda a cultura humana. Desde a violência contra a mulher até a cr dos meus cabelos, é sempre uma questão de convencer a outra pessoa de que você tem razão e ela, não.
Claro que existe toda uma configuração social em que predominam determinados valores (se você tem mais dinheiro, seu discurso é o que cola; se a sua beleza for próxima da beleza da Gisele Bündchen, seu discurso é o que cola (se a sua beleza for próxima da beleza da Maria do Socorro que mora ali na esquina, pobre de você, se você achá-la bonita, você não se dá ao valor); se você fez pós-doutorado em Frankfurt, seu discurso é o que cola; se você usa batina branca, um cajado e se chama "papa", seu discurso é o que cola; etc, etc.
Mas é sempre uma questão de qual discurso que cola. De quem convence quem. "A Verdade", "O Bem", "O Belo", "A Natureza", não passam de uma trova muito bem dada que colou.
Portanto, meu cabelo não deve nada a um cabelo não pintado (tanto quanto uma bissexual não deve nada para uma mãe de três filhos tão tradicional quanto mijar para a frente - e vice-versa também).
É bom saber que meu cabelo é solidário às grandes causas sociais do mundo moderno. Defender a valorização da mulher e a diversidade sexual, por exemplo, também é defender meu cabelo - e vice-versa.

20 de dezembro de 2006

 

Vontade

Vontade de dizer algo, mas não sei o quê. Talvez seja apenas vontade de dizer, de falar. Talvez seja apenas vontade de dizer para quem eu quero que ouça - qualquer coisa, apenas falar e ouvir. E faz calor.

 

Fico assim sem você - Adriana Calcanhoto II

Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu-piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço
Namoro sem amasso
Sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar
Tô louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo (2x)


Reabilitando a música. É doce e é um pecado estragá-la. Soa como uma canção de ninar...

 

Só um comentário dispensável...

Postar comentários no blogger é o único lugar onde se pode escolher a identidade. Nada a ver com nada, mas... que coisa.

 

nota ao post anterior

{?} está feliz. E não entende como é que pode isso.

 

Estréia

{?} nunca tinha ficado mal por brigar com alguém. Quer dizer, {?} já havia brigado muito com muitas pessoas diferentes, depois feito as pazes por gostar, no fundo, da pessoa com quem tinha brigado. Mas {?} nunca sentiu arrependimento do que fez, do que disse. "Realmente", {?} pensou, "a diferença é o arrependimento". {?} nunca teve o costume de arrepender-se. Brigou? Brigou! "A gente conversa e se acerta". "Você nunca mais vai querer me ver na sua frente porque brigamos? Pior para você". {?} conhecia bem o arrependimento. {?} já se arrependera muitas vezes antes de outras coisas. Mas nunca de ter se defendido. {?} nunca sentira antes tamanha ausência de desapego (se é que podemos colocar as coisas assim). {?} acostumou-se à solidão.
Há, no universo, um "ruído de fundo", que {?} entende como um ruído constante, que às vezes pode ser abalado, mas que sempre estará lá. De maneira semelhante ao ruído de fundo do universo, {?} sempre viveu uma solidão de fundo. {?} aproximou-se de muitas pessoas de quem distanciou-se. Com o tempo, aprendeu a contar com a chegada do momento da distância do afastamento. {?} sempre, em todos seus relacionamentos, quaisquer que fossem os tipos de relacionamentos que estabelecesse com outras pessoas, tinha seu coração (Ó, pieguice, nuncame abandonarás?) preparado para separar-se. Sempre.
{?} pensava que contigo também seria assim. {?} imaginava que se machucaria (de novo), sofreria (de novo), sentiria falta (de novo), mas que levantaria (de novo), que seguiria em frente (de novo) e que poderia aguentar a próxima (de novo). E, realmente, {?} conseguiu repetir todo o processo. Mas nunca antes {?} tinha ficado tão triste assim. Era difícil para {?} definir o que havia mudado. Nada, na verdade, havia mudado. A não ser a imensa alegria de te ver de novo quando pensava que nunca mais isso aconteceria. Nunca {?} sentiu-se tão feliz ao rever - e reconciliar-se com - quem tinha brigado.
Talvez possamos exemplificar. {?} sempre achou muito idiota aquele comportamento diplomático que duas pessias - em geral - assumem quando se reconciliam. Muito piegas. {?} esquecia da briga - e da reconciliação - e tudo bem, tratamento normal ({?} possui memória seletiva). Mas nem sua memória seletiva deu conta do recado: comportamento diplomático, evitamento de brigas - e o pior, o comportamento que {?} sempre achou mais deplorável: o medo de uma nova briga. {?} sempre teve uma resposta na ponta da língua. Ela demorava mas chegava, e {?} nunca teve medo de dá-la. Mas {?}, contigo, passou a ter medo de iniciar uma nova briga. {?} nunca gostou de andar na corda bamba do auto controle em prol da paz, e de sombrinha. {?} nunca gostou da instabilidade da reconciliação, a instabilidade diplomática, o sorriso que diz "tá vamos parar". {?} se lixava para a maturidade, neste aspecto. Brincadeira, para {?}, não tem limite. Menos contigo. {?} nunca teve medo de lembrar de suas brigas. Mas a briga contigo ainda incomoda. {?} já teve medo de várias coisas. Mas nunca teve medo do medo.
Pela primeira vez, {?} teve medo do medo de te perder.
Agora vive nessa linha instável, nessa corda bamba, sem nunca saber se a briguinha de amanhã será definitiva. E nunca antes {?} agarrou-se tanto em amar como agora agarra-se a te amar. {?} somente tem isso agora consigo: esse "Te amo" tão banal, tão simplório, mais instável que sei lá qual elemento químico, tão (ai) piegas... mas tão mais importante que tudo, tão mais importante do que em qualquer momento já havia sido.

19 de dezembro de 2006

 

Quadrilha - Carlos D. de Andrade



João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para o Estados Unidos, Teresa para o

convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto

Fernandes

que não tinha entrado na história.



16 de dezembro de 2006

 

Movimento

Quem é você, que não suportaria-se caso fosse outra pessoa e se conhecesse? Quem é você que não suporta quem se parece com você? Quem é você que não suporta reconhecer em outra pessoa seus próprios defeitos e qualidades?
Você não suporta identificar-se. Somente deseja o diferente, o desnível, o terreno acidentado, os caminhos que não sejam em linha reta.
Você, como qualquer amante do igual, também não consegue sair do lugar, deste lugar alternativo, você somente consegue viver nas correntezas incapaz de terra firme - você que critica quem é incapaz das correntezas, tambèm se limita a permanecer no território que (não) conhece, mas que é o território que sabe ser seu.
Você sabe que o movimento ininterrupto também é estaticidade. Que o movimento somente é movimento quando também sabe parar. O movimento não faz parte do imóvel, mas o imóvel também é parte do movimento - quando não é parte, não há movimento.
Você sabe no que está pensando: você lembra daquela escultura, não lembra quem a fez (Leonardo? Michelângelo? Rafael? Você só lembra o nome das Tartarugas Ninjas), mas lembra que trata-se de um lançador de disco, retratado, ou esculturado, no exato momento em que seu braço troca o sentido do movimento, em que pára de tomar impulso, para iniciar o movimento do arremesso. Você sabe que o problema não é estancar o movimento: pelo contrário, o problema é tanto estancar-se no estancamento quanto estancar-se no movimento. O problema é o sempre infinito eterno ininterrupto sem fim.
Mas você trancou-se e fechou-se na diferença, no movimento. A mesma aversão que pessoas conservadoras têm pela mudança, você tem pela "conservança". A mesma incapacidade de mudança. Sim, é paradoxal. Você, no movimento, "estaticizou-se" nele. Parou se movendo.
Você, tão anti-fascista, transformou-se em fascista da liberdade.
"É proibida a obrigação"; "é proibido o dever", "morte ao dever-ser", esta é sua natureza. Contra a ditadura do "não", você apresenta a ditadura do "sim". Contra a imposição do confinamento, você impõe a queda das paredes. E sua fúria contra uma parede erguida é tão grande e doentia quanto a fúria conservadora por uma mudança efetuada.
Ces't la vie - e você nem sabe se escreveu em francês corretamente. Ces... fazer o quê?

14 de dezembro de 2006

 

Gramática

Eu
pron. pess.,
forma tónica da 1ª p. do sing. que desempenha a função de sujeito.

do Lat. ego

pron. pess.,
designa a pessoa que fala;
s. m.,
a entidade, a personalidade da pessoa que fala;
o ser humano considerado como ente consciente;
a consciência;
egoísmo;
estima, apreço do que nos é pessoal.


Desistir

do Lat. desistire

v. int.,
renunciar a;
abster-se de;
cessar.

http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx
_________________________

Eu desisto.

 

Genética e auto-regulação da espécie

Eu tenho um repelente anti-relacionamento-amoroso. Isso deve estar no sangue. Mas no fim das contas, talvez seja bom, caso eu esteja pensando no bem da espécie. Não reproduzirei. E assim a linhagem termina. Os genes com repelente anti-relacionamento-amoroso não vão mais se propagar: sem querer, eu salvo a humanidade!
Não que a humanidade deva a mim - odeio que me devam algo. A humanidade não faz mais do que se proteger. Mas acidentes acontecem, e até hoje a humanidade tem sido eficiente em evitá-los. Acontece, digo, não-acontece.
Faço minha boa ação do dia todos os dias, sem esforço. Quem é que pode fazer tanto bem assim, com tanta facilidade? Quem?
Já vou começar a reunir os documentos para minha canonização. Para facilitar a vida dos meus hagiógrafos.

13 de dezembro de 2006

 

Prefixo

As notícias atuais e seu comentário!

As músicas mais ouvidas nesta e em priscas eras!

As opiniões sobre o que (a) pouco(s) importa.

Dramas supérfluos e cotidianos.

Você só encontra aqui

Neste blog

 

A - E

A) existe um grupo de judeus que defende uma versão bastante singular do holocausto: ele foi horrível? foi. grotesco? claro! condenável? Certamente. Mas, como foi obra de Deus, não devemos reclamar e nem desejar que nunca mais aconteça - afinal de contas, vai que deus queira que aconteça de novo; e, se deus quiser, até nossos filhos mataremos. Não sei deus, mas eu me incomodo um pouco com isso. Imagina, se atropelar a esposa grávida de um desses caras, ele vai agradecer a deus, se eu doar R$ 100.000.000,00 para ele, deus vai ouvir "obrigado" do mesmo jeito. Muito anulador, creio eu. Mas crenças são crenças, né?

B) Se apaixonar é (+ou-, guardadas as devidas proporções, não me interprete mal, etc) como xis (de cheeseburguer): você sabe que faz mal (engorda, colesterol, fritura...), que pode encontrar coisa melhor, que não precisa daquilo. Mas você não passa sem. Arrependendo-se, ou não, você vai e procura um. Não vive sem. diz que "ama x": "X, eu te amo", em algum momento de calórica euforia. Mas X faz mal. Não importa. Você tem esperança...

C) Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou carlitos
A lua, tal qual a dona do bordel,
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu,
Chupavam manchas torturadas, que sufoco!
Louco, o bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil pra noite do brasil.
Meu brasil
Que sonha com a volta do irmão do henfil.
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete.
Chora a nossa pátria mãe gentil,
Choram marias e clarisses no solo do brasil.
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar...

D) O show tem que continuar?!?
O show tem que continuar...

E) de "esgotamento".

 

Fico assim sem você - Adriana Calcanhoto

Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu-piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço
Namoro sem amasso
Sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar
Tô louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo (2x)


Dizem que a mesma mão que acaricia, às vezes, também mata.
Pois, a mesma música que apaixona, às vezes pode ser dolorida.

12 de dezembro de 2006

 

Suiça

Milhares de mulheres e homens que vivem no território helvético são vítimas de casamentos forçados. A denúncia é da Fundação Surgir, que encomendou o primeiro estudo sobre o assunto na Suíça.

A Surgir lança um apelo ao governo para que elabore uma estratégia nacional a fim ajudar as vítimas que sofrem física e psicologicamente dessa prática ilegal no país.

Ativa na defesa das mulheres vítimas de violências, a Fundação Surgir apresentou os resultados do primeiro estudo do gênero realizado na Suíça. A presidente da ONG, Jacqueline Thibault considera que a extensão do problema é "enorme".

"O estudo será apresentado às autoridades suíças. Elas que precisam agir", declarou a swissinfo. "Não há atualmente qualquer estratégia a respeito dos casamentos forçados na Suíça", acrescentou a presidente da Surgir.

Para ter uma idéia do problema, já que não existem estatísticas, duas pesquisadoras contratadas pela ONG questionaram cerca de cinqüenta instituições como centros para migrantes, casas de acolhimento para mulheres, médicos, escolas e as polícias nos cantões de Vaud, Genebra, Friburgo, Berna, Zurique e Basiléia.

Mais aqui: http://www.swissinfo.org/por/capa/detail/
Casamentos_for_ados_s_o_frequeentes_na_Su_a.html
?siteSect=105&sid=7328567

Gostei da brincadeira de bancar a estação repetidora. Ou isso, ou ficamos com a alternativa B, que diz que eu é que escolho ótimas fontes de notícias (tipo: me senti A Bolacha + gostosa do pacote).

Mas, enfim, mesmo tendo somente uma leitora - imagino que menina ainda dê uma lida de vez em quando - faço de conta que este blog é um outodoor e coloco coisas como se levasse informação a milhares de pessoas. "Eu sou de peixes e não desisto nunca", o governo foi quem roubou esta frase dos nativos de peixes.

Bom, só existem duas soluções para as colegas Helvéticas (nota rápida: lendo esse Swissinfo, eu descobri que "helvetica" não é somente o nome de uma fonte): ou elas decidem tomar as rédeas de suas vidas e enfrentar os percalços, o preço de romperem com as tradições (coisas que outras mulheres fizeram no passado, e por isso pagaram um preço caro para que tanto mulheres quanto homens de hoje em dia pudessem colher os frutos disso), o que não é fácil e não seria humilhante se não conseguissem (afora a humilhação inerente a sua condição); ou elas aceitam sua condição e aprendem a gostar dela - coisa muito comum ainda hoje em dia, e, mesmo, uma atitude interssexual (já que todas as coisas ou são femininas ou são masculinas e "meu país é o que tenho no meio das minhas pernas" - a frase é minha, podem me citar ;) não acabou o perêntesis ainda - roupas de mulher, roupas de homem, programas de mulher, programas de homem, mas, sei lá se eu estou reclamando de alguma coisa com nexo, ainda não pensei sobre isso e estou fugindo do assunto tá acabou esse parêntesis). Cansei, era isso. Boa sorte para as suíças que estão nestas condições degradantes.



11 de dezembro de 2006

 

pê-éssis

P.S. para o posto intitulado "Cidadania": eu escrevi "[champanhe é o]Nome antigo do espumante - de muito mau gosto, por sinal". "De muito mau gosto" se refere a espumante, e não a champanhe.
P.S. para o post de baixo: "obituário" perdeu um "i". Se alguém encontrá-lo, mande para mim, por favor. Agradeço.

 

Obituáro

É estranho quando acontece alguma coisa que deixa a pessoa - pelo menos quando a pessoa em questão sou eu - na seguinte situação: não sei se fico alegre ou triste. Terceira alternativa: nem um nem outro, porque minha vida não vai mudar em nada.
(Cito Filó) "Mórreu" (fim de citação) o ex-ditador Augusto "Malvado" Pinochet. "Ufa, menos um no mundo", penso yo, "se bem que tem tantos ditadorezinhos por aí... Mas, pelo menos, podemos descobrir que vaso ruim quebra sim!". Por outro lado, fica o sentimento de vingança (isso é estranho, ele não fez nada para mim, nem matou sequer um parente meu - diferente do que fez com o povo chileno, onde não existe família que não tenha perdido alguém pelas mãos, pelas ordens ou simplesmente, de maneira geral, pelo regime horrendo deste vovôzinho simpático de olhos azuis - porque eu iria ter sentimentos de vingança??) suspenso: ninguém vai poder atirar na cara dele "Assassino!" com a proteção da lei. Dane-se, claro, a proteção da lei: já atiraram isso na cara dele muitas vezes (eu espero). Mas seria muito bom chamá-lo de assassino legalmente. Sei lá, dá segurança...
Então, fico sem saber se digo Iuuupí! ou Ahhh, tão cedo?
Em todo caso, cito alguém cujo nome não me lembro agora: "Morreu? Antes ele do que eu."

Vi em uma reportagem que atribui-se a ascenção de Pinochet ao poder à ganância de sua esposa. Ou seja, ele traiu Allende não por ser horrível, mas por ser um homem apaixonado desejoso de agradar a esposa. Isso me lembra outra história... mas não sei bem qual... parece... parece que envolvia algo como um casal nú, uma cobra, uma maçã e uma Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal... Bom, de qualquer maneira, é gosto de pensar que tenha sido assim mesmo: Pinochet era, no fundo, um fraco sem personalidade incapaz de dar um passo sequer com suas próprias pernas, e sua esposa, uma perua (o termo pejorativo, e não o automóvel). Nada contra fracos sem personalidade etc... e nem contra peruas (conheço várias pessoas tanto de um quanto de outro grupo, e algumas delas são muito legais, fazer o quê?). Mas com certeza pessoas como o sr. e a srª. Pinochet odiariam ser vistos assim.

Meu texto, especialmente no final, denota um certo preconceito contra eles? Mas eles merecem TODO o meu preconceito e tudo o que de pior eu tiver para oferecer. Só não ofereço mais porque já é muito conceder-lhes meu preconceito - já que, no fundo, nem isso eles merecem.

São falecimentos assim que, às vezes, fazem com que eu espere que NÃO haja vida após a morte. Arder no mármore do inferno seria um presente muito grande para essa gente.

 

...

Declara-se terminado o período de depressão. Não se entende isso mesmo...

10 de dezembro de 2006

 

Anotação para o futuro

Tenho que parar de escrever estes posts grandes (se bem que foram só dois postões: um deprimido e outro 70% copiado) : nem eu tenho paciência para ler o que escrevi.

 

El Holocausto, según Teherán

El empeño del Gobierno iraní por cuestionar la veracidad del Holocausto cuenta con la complicidad de un nutrido grupo de pensadores europeos. Decenas de revisionistas participarán la semana que viene en Teherán en una conferencia que pretende poner en tela de juicio la muerte de seis millones de judíos a manos del nazismo; la organiza el Ministerio de Exteriores iraní.

Nueve países europeos tienen leyes que condenan la negación de los crímenes nazis

Los promotores de la iniciativa no han querido desvelar la identidad de los participantes, conscientes de que en una decena de países europeos negar el Holocausto es delito. Algunos de los negacionistas consultados por este diario han anunciado, sin embargo, su participación en un evento que consideran crucial para impulsar su causa.

Hasta 67 investigadores de 30 países forman el elenco académico que pretende desmontar "una de las herramientas de propaganda, utilizada con fines políticos para apoyar al pueblo judío en el siglo XX", según reza la presentación del encuentro, que se celebrará el próximo lunes y martes en Teherán, en la sede del Instituto de Estudios Políticos e Internacionales del Ministerio de Exteriores iraní.

Bajo el título Revisión del Holocausto: una visión global, el encuentro tratará además la conexión entre las consecuencias del régimen nazi y la cuestión palestina. "El Holocausto y la emigración de judíos a Palestina", o "El Holocausto y el régimen islámico", son algunos de los temas propuestos para la discusión.

Algunos negacionistas viven desperdigados en países europeos que les han ofrecido asilo político. Otros están en prisión por cuestionar el Holocausto. Forman una red, muy activa a través de Internet, pero rara vez se encuentran. Teherán se presenta como su gran cita, y algunos de ellos correrán el riesgo de volver a prisión con tal de participar en lo que consideran un caso único del ejercicio de la libertad de expresión.

Serge Thion, de 64 años y antiguo investigador del Centro Nacional de Investigación Científica de París, es uno de los invitados de excepción del Gobierno iraní. Condenado en Francia por "poner en cuestión la existencia de crímenes contra la humanidad", Thion piensa que el presidente iraní, Mahmud Ahmadineyad, "ha hecho soplar vientos de libertad" al poner sobre el tapete el Holocausto. "Parece mentira que los iraníes nos tengan que dar lecciones de libertad de expresión", dice en conversación telefónica desde Italia, horas antes de partir para Teherán.

Lo mismo piensa Flávio Gonçalves, un joven portugués que el jueves viajó a Irán y que se define como anarcosindicalista revolucionario y que piensa que el Holocausto es "la coartada perfecta para que Israel haga lo que quiera". "El régimen iraní está siendo un apoyo importante para las corrientes revisionistas y negacionistas de Europa y para dar a conocer a la gente de la calle que hay gente que tiene dudas sobre ese periodo histórico". Gonçalves es un miembro atípico del movimiento revisionista, dominado por la extrema derecha, pero en la que también caben toda suerte de posiciones extremas.

Menos locuaz se muestra el francés Robert Faurisson, venerado líder del movimiento y autor de numerosos libros sobre el tema. Su ponencia, titulada Las victorias del revisionismo, es una de las que más expectación ha despertado en Teherán, donde se espera su llegada en los próximos días. Faurisson, de 78 años, teme, sin embargo, confirmar su participación. "Este tema es muy delicado. Corremos muchos riesgos si nos declaramos revisionistas. Da igual de qué país vengamos. ¿Ha oído hablar de la euroorden? Podemos ser detenidos en cualquier parte de Europa", dice en conversación telefónica este antiguo profesor universitario, condenado recientemente a tres meses de prisión y para quien las cámaras de gas fueron simplemente "hornos crematorios donde se llevaban los cadáveres. Era necesario, porque entonces había muchas infecciones".

Austria, Bélgica, Francia, Alemania, la República Checa, Lituania, Polonia, Eslovaquia y Suiza tienen leyes que condenan la negación del Holocausto. En virtud de estas normas, son muchos los negadores que han acabado entre rejas. El neonazi alemán Ernst Zundel, encarcelado en su país desde hace más de dos años por difundir propaganda nazi e incitar al odio después de ser extraditado desde Canadá, es uno de los reos más célebres y admirados del movimiento.

Junto a él, también en prisión, Horst Mahler, ex fundador de la Baader-Meinhof, la Fracción del Ejército Rojo alemán, y hoy miembro de la extrema derecha. Hace meses que a Mahler, uno de los invitados de excepción de la conferencia de Teherán, las autoridades alemanas le retiraron el pasaporte tras anunciar su intención de participar en el seminario. Después de su encarcelamiento el mes pasado por divulgar propaganda antisemita, su asistencia ha quedado descartada.

En principio, no está prevista la participación de ningún español, aunque sí de Gerd Honsik, miembro de la extrema derecha austriaca afincado cerca de Marbella, del que sus amigos dicen desconocer su actual paradero. En su página web, Honsik tiene colgados vínculos con la Falange de Málaga, con otras páginas negacionistas y con foros germánicos.

La celebración del encuentro académico en Teherán forma parte de la campaña orquestada por el presidente Ahmadineyad para cuestionar el Holocausto. Primero fue el concurso iraní de caricaturas sobre el Holocausto, convocado como reacción a la publicación en un diario danés de unas viñetas de Mahoma. Y ahora, la conferencia. La crisis de las viñetas se ha convertido en la coartada argumental de los negacionistas, que argumentan que la libertad de expresión que Europa predica a la hora de permitir la publicación de caricaturas del profeta debería aplicarse también a los que niegan los crímenes del nazismo.

ANA CARBAJOSA - Bruxelas - 09/12/2006 - El Pais



Um iraniano negar o holocausto é compreensível. Os iranianos não gostam dos israelenses. Têm rixas históricas, como as que existem entre Canadá e EUA ou Brasil e Argentina, por exemplo - se bem que, no caso do Oriente Médio, a briga vai muito além da implicância e das piadinhas de mau gosto. É uma briga entre eles, cultural - não menos abominável - mas em família. Não que o ocidente não deva se intrometer, afinal, ocidente e oriente (mesmo o médio) estamos tutxunthreunido, e olha aí a briga deles respingando aqui na tríplice fronteira.

Mas esta onda revisionista, da parte do ocidente, é má. Chega a ser brilhante a maneira como essas pessoas conseguem atualizar o nazismo, sem colocar um judeu sequer na câmara de gás, sem montar um campinho de concentração, sem nenhum Hitler para coordenar tudo com muito carisma e ressentimento - será? será possível? será possível que se possa cogitar que "Hitler", não o falecido personagem histórico, mas seu espírito, continue vivo e, ainda por cima, multiplicado em centenas de pessoas diferentes? Centenas de hitlerzinhos, mais pacíficos, não violentos, "gente de bem", gente que compra no supermercado, respeita a democracia, paga seus impostos, contribui para obras de caridade; será possível que Hitler renasceu mais calmo, diplomático, e mais numeroso? Centenas de Hitleres menos "potentes" do que o modelo, mas, sendo em grande número, quando somados, formando uma entidade pior do que o rapaz nervoso de bigodinho? Agora deu medo.

É notável, também, como pode ocorrer tantas interpretações toscas juntas. Se eu apóio os árabes, terei também que adotar as hipóteses revisionistas, afinal, são úteis à causa? Se eu sou revisionista (agrh!, me desculpem) tenho que ser pró-árabe? Se eu me horrorizo com o holocausto, preciso usar uma estrela de davi no bolso?

Será que eu não posso achar que Israel apenas está aproveitando o apoio que recebe dos EUA, que muito bem poderia ser pró-árabe e deixasse os israelenses na condição de injustiçados, para vencer a briga; e dizer que, embora prefira os árabes, sei que é quase como escolher entre Bush e Saddam, e que, qualquer que seja minha preferência, apoiar o revisionismo é uma maneira muito atual de raspar a cabeça e tatuar uma suástica no corpo?

Não adianta contemporizar com o revisionismo: você tem o direito de dizer que não houve holocausto, e eu tenho o direito de sentir a mais profunda repugnância à sua idéia. Sou uma pessoa manipulada pela mídia? Eu tomo coca-cola, cara! Só não como Macdonalds porque pelo mesmo preço compro dois xis galinha em qualquer boteco por aí! Sou anti-americano? Sou, mas tenho um Blogger, conta no Google, uso Windows e meu processador (quer dizer, do computador) é Intel Inside - e eu nem sei o que quer dizer "Inside".

O que eu quero dizer é que o revisionismo é um movimento muito esperto: esse mesmo discurso, de manipulação da verdade, de injustiça histórica, é o mesmo que a esquerda (que não existe mais, morreu junto com a direita) utilizava há vinte anos; ao mesmo tempo em que pode perfeitamente ser utilizado contra o revisionismo.

No fim das, revisionismo ou aceitação do holocausto, acaba sendo uma questão de gosto: uns gostam de isentar o nazismo, outros se escandalizam imaginando um judeu - um americano, um europeu, um argentino, um católico, um conservador, um entregador de pizzas, um mendigo, um papa, a Gisele Bünchen, enfim, qualquer pessoa - entrando em uma chuveirada coletiva sem entender porque ainda não ligaram o chuveiro e não consegue mais respirar sentindo que vai morrer sem nenhum motivo.

Quem mandou gozar do Profeta? Quem diria que o equivalente emocional ocdidental seria não Deus, Jesus, Maria ou o FMI, mas sim um massacre?



 

Diálogo

- Fui eu quem escreveu isto? Este texto tão negativo, mas também tão claro, este texto triste, mas tão equilibrado? - perguntei-me outro dia.
- Foi você quem sentiu isso. - respondi, sem olhar-me nos olhos.

 

Momento Deprê

O que seria de um blog sem um momento de depressão, em que se chora as mágoas por todos aqueles problemas universais, mais antigos do que mijar pra frente (como diz uma amiga minha, mas ela dizendo é mais engraçado - e agora não pode ter graça, pq este é um momento deprê), que são fáceis de ser resolvidos apenas com uma mudança de atitude, com um bom banho ou uma boa noite de sono, mas que, mesmo assim, continuam atormentando os seres humanos em seus mais brilhantes momentos de coitadismo e auto-piedade?
O que seria de um blog sem alguns posts de lamentação (afinal, pertencemos a uma sociedade judaico-cristã, e, no que diz respeito à parte judaica, temos que ter um muro das lamentações - uma prezadíssima colega de blogger, muito simpática e com dois blogues muito legais [procure-a nos comentários, é a única pessoa que comentou além de mim e acabou com a minha invisibilidade :)], comentou que gostamos muito de nos comparar com os gregos, e gostamos mesmo, mas esqueçemos de compararmo-nos com a civilização judaica, e, eis aqui, minha contribuição para a diversidade de civilizações com as quais podemos nos comparar)?
Afinal, o que seria um mundo sem problemas? Mesmo que sejam os problemas mais toscos; vejamos: existem pessoas homo ou bissexuais, e existem as homofóbicas (e esqueceram de falar nas pessoas fóbicas do bi); assim, eu, que fiz um blog, acabo precisando participar de uma campanha anti-homofóbica digital e colocar banners piscantes em meu blog, que NÃO seriam necessários se as pessoas homofóbicas não fossem tão influentes no mundo (este foi um problema tosco). Existem os problemas mais requintados: será ético comer animais? E as plantas, então? A única opção que não nos traria qualquer problema ético seria se pudéssemos viver de luz; como precisamos de coisas orgânicas, precisamos comer bichos e alfaces mortas e arcar com os questionamentos éticos - sempre depois do almoço, claro (este foi um problema requintado). E existem os velhos problemas de sempre, as velhas depressõezinhas que atormentaram gerações e gerações (às vezes, rendendo bons poemas) e que, por mais fácil que seja a solução, mesmo assim dificilmente são solucionadas ("dificilmente são solucionadas" tanto quer dizer que muita gente não soluciona quanto quer dizer também que quando são solucionadas, muitas vezes são solucionadas com dificuldade), e são nesses probleminhas, nessas picuinhas emocionais e existenciais sem maiores relevências, sem grandes novidades, sem maior interesse literário, filosófico ou científico, são nesses quase pseudo-problemas que inclui-se este post-deprê.
Se você está em um momento feliz e/ou sensibiliza-se com a depressão alheia a ponto de estragar seus dias ou alguns de seus momentos graças a essa sensibilidade, recomendamos expressamente que procure outro post neste blog, outro blog (neste caso recomendamos o da coleguíssima que comentou aqui - depois eu procuro o endereço para o alento das pessoas preguiçosas que não se darão ao trabalho de vasculhar os comentários para achar), outra atividade na internet (vá ver seus e-maisl, entrar no ókutchi, num chat, baixe um ebook, um programa legalzinho - o Baixaki está aí prá isso mesmo) ou alguma atividade fora da Internet (vá namorar, passear, pescar, ler um livro, ver TV, dançar, ver o sol, qualquer coisa), mas que não leia os tenebrosos escritos que virão a seguir. Não nos responsabilizamos pelo possível deprimente efeito que possam causar.

Agora sim, o muro das lamentações.

A) se você está mal, serão infinitamente pequenas as chances de que apareça alguém para ajudar.
B) se você está mal por causa de uma pessoa devido a sua incapacidade de dizer a ela o que você sente por ela/quais expectativas você possui por ela, serão infinitamente grandes as chances de que seja justamente ela que esteja ao seu lado - e, ainda por cima, que você ache os momentos em que esta pessoa passou ao seu lado, indiferente aos seus sentimentos que de qualquer maneira ela não conhece, momentos maravilhosos e guarde-os no fundo do coração até serem comidos pelas traças.
C) se você está carente, é mais provável que fique ainda mais carente.
D) quando você está confiante em si e não precisa de ninguém à sua volta, as pessoas todas aparecem.
E) quando você olha no espelho e vê algo que apenas por distantres semelhanças se parece com você em seus dias de mais radiante beleza, qualquer desconhecido na rua lhe olhará com mais nojo do que você quando se viu no espelho.
F) quando você olha no espelho e fica pensando "se tu não fosse eu a gente se casava", as pessoas em volta lhe olharão concordando.
G) quando você se apaixona por alguém, essa pessoa já está G1) apaixonada por outra pessoa, G1.2) e ainda por cima não é correspondida, sofre com isso e você com ela; G2)desiludida com o amor e não quer nada com você, G2.2)desiludida com alguém do mesmo sexo q você e desconta o que passou nas mãos dos outros em você que nem sabia de nada e nem sequer desconfiava do mal que era capaz por causa do formato do que quer que você tem entre as pernas; G3)está com outra pessoa, G3.1) e é uma pessoa monogâmica; G4)simplesmente não quer nada com você. Ainda não me apaixonei por ninguém que tenha morrido dois dias depois de nos conhecermos, mas também era só o que me faltava.
H)Se você é uma pessoa calada ninguém vai estranhar seu silêncio estranho.
I) Ninguém vai perguntar "o que houve?"
J) qualquer manifestação de carência será mal-interpretada
L) somente as pessoas que você não suporta demonstrarão alguma atenção e lhe oferecerão afeto L1)isso somente piorará seus sentimentos de desgraça
M)seu horóscopo estará M1)horrível ("dia péssimo para relacionamentos, melhor nem sair da cama"), M2) incompreensível ("entre em contato com o eu cósmico que fecundou a Terra em seu alvorecer meridional"), M3) sem relação nenhuma com seu momento ("dia propício para investir em imóveis") ou M4) errado ("hoje você está feliz e disposto, a pessoa amada lhe retribuirá todo seu carinho)
N) você não percberá o quanto suas atitudes e sua disposição estão sendo tolas, infantis, adolescente e imaturas (coisa que você pecebe com facilidade nos outros quando você está bem porque tem dificuldades em olhar para o próprio rabo)

Como o assunto é depressão, e depressão por causa de amores, com pitadas de probemas no trabalho e na faculdade, vamos radicalizar.
Mas radicalizaremos cientificamente, pois além de greco-judaico-cristã, somos uma civilização científica e racional.
Existem três tipos de suicidas:
1)os que se matam
2)os que se mataram
3)os que não se matam.
Na categoria três, na qual eu me incluo, podemos identificar outras subdivisões:
3.1)os que somente querem atenção
3.2)os que acham isso bonito
3.3)os que somente pensam em se matar para aumentar sua auto-comiseração, pensando que ninguém sentiria profundamente sua falta (o que os aproxima do pessoal da categoria 3.1).
Nesta categoria 3.3, novamente a minha, podemos encontrar mais subdivisões (a ciência é foda):
3.3.1)os carentes
3.3.2)os sem auto-estima disfarçados (pois se auto-estimam muito mas querem que os outros digam que também os estimam)
3.3.3)os coitados
Estas três últimas sub-categorias carecem de maior análise, pois são muito semelhantes entre si e parece que me incluo nas três. Embora o faça com algumas reservas, cogito enquadrar-me na categoria 3.3.2, mas, como dissemos, necessitamos de pesquisas e estudos poreriores.
Veja só o quão profunda foi a análise realizada. Conseguimos categorizar o suicida de maneira quase exata, e pudemos me colocar, embora com reservas, em uma categoria específica. É muita exatidão, muita cientificidade no ar.
Necessitamos de categorias muito bem categorizadas listas muito bem organizadas: você somente pode ser uma pessoa gorda ou magra; branca ou preta (quiçá amarela ou pele-vermelha); alta ou baixa; feliz ou infeliz; homo, hetero ou bissexual (ainda podendo ser trangênera ou não, operada ou não, travesti, crossdresser ou transformista; sem esquecer das pessoas panssexuais, sadomasoquistas, passivas ou ativas, uau!); mulher ou homem; criança, adulta, adolescente ou idosa; incrível!!! Você pode combinar diferentes categorias e assim formar sua personalidade; e mais ainda!!!: você terá, enquadrando-se em diferentes categorias (nota rápida: cada categoria terá diferentes opções, como hetero, bi ou homossexual; homem ou mulher; ter TDAH ou não; você não poderá contemplar-se com duas opções da mesma categoria, pois são auto-excludentes, mas pode, como dissemos antes, combinar diferentes categorias), enfim, colocando-se em diferentes categorias, você terá a possibilidade de ser absolutamente!, completamente!, grandiosamente original!, sem precisar se preocupar com nada, bastando seguir o modelo previamente colocado (você sabe o quanto será original tendo que administrar diferentes categorias de si, realizando combinações nunca dantes sonhadas pela vã filosofia). E tem mais ainda (glória, oh! glória à ciência): caso você não se enquadre em categoria alguma, a boa sociedade greco-judaico-racional-científico-cristã terá o prazer de lhe enquadrar em alguma e exigir atitudes coerentes com a categoria na qual lhe colocou! Viva! Palmas a nós, ápice da evolução.

Para piorar sua depressão, você descobrirá que o post mais longo é o mais depressivo. Você somente alcança prolixidade quando sofre.
Em meio a toda insegurança possível, você ainda pensa em um raro elogio que recebeu e se pergunta: será que pelo menos escrevi bem? ;)
Ops, este post é depressivo
;(