Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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14 de julho de 2007

 

Enquanto eu escrevia o texto abaixo...

...duas coisas passaram na televisão. Uma foi a Sacha cantando, outra foi a juíza de futebol que posou para a Playboy.

Eu escrevi um enorme texto sobre a Sacha, mas de repente tudo tornou-se irrelevante. Só espero que ou a criança cante melhor quando for grandinha, ou que não cresça pensando que é cantora só porque mamãe disse que ela era isso.

Sobre a juíza de futebol. Acho que é ótimo que apareçam pessoas como ela, que obreigam outras pessoas a externarem todo o machismo que têm. Os dirigentes de futebol por exemplo, que a demitiram porque ela posou pelada para a Playboy. independente da questão de a revista ser ou não tão machista quanto os dirigentes, acho que foi uma violência intrometerm-se na vida dela asism. Até onde eu saiba, não se exige celibato de juízes de futbebol: porque só as juízas devem comportarem-se como freiras? E as torcidas que revoltaram-se contra os erros de arbitragem dela: mas quando você viu campanhas maciças contra outros juízes que também cometeram erros de arbitragem? Ah, é que um juiz errando é um erro de arbitragem, e uma juíza, é uma prova de que mulher não serve para isso. Serve, é claro, para ser gostosa, mas não para outras atividades.

 

Consuma até morrer

Para falar de uma coisa, terei de falar antes de outra - por mais que a outra coisa merecesse que eu falasse dela bem antes, independente da uma coisa.

Outra coisa: não me lembro procurando o quê no Google, encontrei um texto que também não lembro qual era. Mas esse texto estava em um blog que acabou me interessando muito além do texto que eu encontrei. O blog se chama Perdida en la Mancha e, se você não sabe espanhol, significa "Perdida em La Mancha", mesmo local onde Dom Quixote vive suas aventuras como cavaleiro. Depois eu coloco nos links, se a preguiça não vencer. Não me lembro de nada especial a dizer do blog, a não ser que a autora tem um texto agradável (em espanhol, coisa que por si só serviria para me agradar, mas o agradável dos textos dela vai além da língua que ela usa), às vezes um humor... - não me vem a palavra, então vai essa mesma - ... sutil, e assuntos interessantes. Um blogão - e agora, um momento-modéstia: eu só me interesso por blogs que são foda.

uma coisa: nesse blog ali de cima, eu encontrei um link para o site Consume hasta Morir, que em bom e velho português quer dizer "Consuma até morrer". Na apresentação do site, eles dizem que "ConsumeHastaMorir é uma reflexão sobre a sociedade de consumo em que vivemos, utilizando um de seus próprios instrumentos, a publicidade, para mostrar até que ponto se pode morrer consumindo". Eu tenho certas reservas em sair apregoando por aí o horror que é a sociedade de consumo. E, veja bem, eu acho um horror certos aspectos dessa sociedade de consumo em que vivemos, como a opressão que é você convencer uma menina de 15 anos que ela precisa ser magra até morrer, ou que um cara será fodão se tiver carro, cerveja e grana para pagar mulher, ou outras coisas desse tipo. Mas, por outro lado, eu também consumo, e goto de consumir: isso só se torna um problema para mim porque eu não tenho dinheiro para consumir tudo o que eu quero, e o que consumo, o faço contabilizando até os menores centavos possíveis, pedindo desconto até de um centavo. Quer dizer, se eu tivesse muito dinheiro, consumir não seria um problema para mim. Portanto, eu não sei se esse site está entre os melhores para mim.

Independente do meu gosto pelo site, encontrei lá uma imagem muito boa. Trata-se de uma contra-propaganda sobre a TV. E essa imagem é o motivo de tooodo esse post.

O quadro se chama Las Meninas, e quem o pintou foi Velazques. A TV, obviamente, não faz parte do original.


9 de julho de 2007

 

Poesia Concreta

Uma vez tive de fazer um trabalho sobre poesia para uma cadeira da faculdade, e fiz sobre poesia concreta. Apresentei um poema, lembro que era de um cara chamado Pedro Xisto, mas não lembro qual era. Ninguém se interessou muito. Eu achei legal. Por isso, vou colocar algumas dessas poesias aqui.
Não gosto muito de postar imagens, porque muita gente tem conexão discada e é um saco ficar esperando as milhares de imagens carregarem. Mas, foda-se: sinceramente, só eu e o trequinho de indexação do google visitamos esse blog, portanto, ninguém vai ter que esperar meia hora para carregar o blog.




Um Metro e Meio de Poesia



Poemamãos

5 de julho de 2007

 

deusas

Eu procurei, mas não encontrei nem lembrei de nenhuma música da MPB que endeuse as mulheres (daquelas tipo "mulher é um ser divino", por exemplo), para deixar este post mais chique. Por favor lembre-se, portanto, de alguma música desse tipo, só para não perder o efeito.

Assim como muitos compositores brasileiros, o Nepal também tem divindades femininas vivas, e uma delas foi "demitida" porque visitou os EUA, o que tornou-a impura. Aí meu cérebro localizou uma idéia encontrada no Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir.

A idéia: você pode oprimir e prender mulheres por meio da violência, da privação, das leis, enfim, a criatividade é o limite. Um modo muito original de fazer isso é endeusar as mulheres.

Esta pode parecer uma afirmação muito antipática, mas nem sempre as coisas bonitinhas são as que mais fazem bem.

Não recordo com muita clareza as palavras do livro - que, aliás, preciso reler ocm urgência - mas a idéia, em termos gerais, é que quando você confere esses atributos divinos a uma pessoa, torna-se fácil controlá-la. Até aqui é o que eu me lembro que ela escreveu.

A partir daqui, é minha compreensão do texto e meus argumentos. Isso me lembra, primeiro, Freud, de quem eu não gosto muito. Mas uma idéia muito boa de Freud é que uma das piores armas que existem é o elogio. Claro que é uma arma que depende muito da vaidade da "vítima" para que funcione.

Mas funciona mais ou menos assim: quando você dá o título de divindade a uma pessoa, ela precisa agir segundo esse título. É diferente de quando uma pessoa declara-se, por si mesma, uma divindade: nesse caso, não importa quem reconheça essa divindade, desde que a proópria pessoa reconheça-se uma divindade. Mas quando alguém lhe diz "você é uma divindade", você será uma divindade para esta pessoa (ou grupo), e dependerá da aceitação e reconhecimento do grupo para prosseguir sendo uma divindade. Pode acontecer, claro, do grupo aceitar qualquer coisa de sua divindade e nunca questioná-la. Sorte da divindade, que será muito mais poderosa, então. Mas, em geral, e no que diz respeito à divindade feminina, ou à divinização do feminino, são homens ou outras mulheres conferindo essa divindade a uma mulher.

Alguém pode dizer que, pelo menos, que sejam outras mulheres a conferir divindade a uma, a algumas ou a todas as mulheres. Mas a) nem todas as mulheres querem ser divinas, b) nem todas as mulheres reconhecem qualquer divindade, c) a concepção de "divindade" pode variar muito de mulher para mulher, e de grupo de mulheres para grupos de mulheres, e d) nada impede que mulheres oprimam a outras mulheres, seja em seu próprio nome, seja em nome de algum homem.

E um grande exemplo disso - do que Simone de Beauvoir disse, e do motivo pelo qual eu me recuso a tratar uma mulher como um ser especial, "apartado" do mundo - é o que saiu na notícia do link ali de cima: uma menina, cultuada como deusa no Nepal, agiu contra a vontade dos anciãos do templo deles, e estes retiraram dela a divindade. Esse link também serve como um bom exemplo disso.

Por isso, me irrita, mas fico de mãos atadas quando, por exemplo, chega o dia 8 de março, e tudo o que se vê - pelo menos aqui pelas bandas de onde moro - são flores sendo distribuídas, homenagens à força e à garra feminina das mulheres que trabalham fora, cuidam de pais, filhos, maridos, da casa, etc, e isso é tratado com orgulho.

Cansei de escrever agora.

 

16 Toneladas (Sixteen Tonels)

Eu já tinha ouvido falar, bem por cima, de algum coisa chamada "Funk Como Le Gusta", mas nem dei bola.
Meses se passaram.
Até um belo dia (que, aliás, era uma noite) em que eu estava num lugar meio chato, mas legalzinho, dançando, e toca uma música muito boa - que, na hora em que ouvi, era MUITO BOA!, demais!, a melhor música já produzida no Planeta!, mas depois eu percebi que metade da minha opinião era porque eu estava bebendo e dançando.
Mas fui atrás da tal música (eu decorei um trecho para me lembrar no outro dia e poder procurar), e descobri que ela se chama 16 Toneladas, e é do tal Funk Como Le gusta - que tem outras músicas muito boas (não baixei só a 16 Ton.). Como este blog não tem áudio (o único blog ao sul do Equador sem entrada USB), vai a letra (copiada com carbono) aí embaixo:


Sente este samba quente
Que é muito legal
É super pra frente
É bem genial

Embalo como este
Só quem vai curtir
Quem não se machucar
Quando deixar cair

Por isso vem, vem
Embale na nossa
Este balanço
Tira qualquer um da fossa
Ele é um barato e é da pesada
Esse é o famoso 16 toneladas

Eu bolei o ano inteiro
Este samba pra frente
É gostoso paca
É um samba decente

Segure esta conversa
Segure a jogada
Quem não gosta de samba
Não gosta de nada

E é curtição
No samba empolgado
É o meu timão
Num estádio lotado
Turma da pesada
Que segura a parada
Esse é o famoso 16 toneladas

Sente este samba quente
Que é muito legal
É super pra frente
É bem genial

Embalado como este
Só quem vai curtir
Quem não se machucar
Quando deixar cair

Por isso, vem, vem
Embale na nossa
Este balanço
Tira qualquer um da fossa
Ele é um barato e é da pesada
Esse é o famoso 16 toneladas

Eu já dei o meu recado
Agora vou me mandar
Vou refrescar a cuca
Pra poder incrementar
A mente está cansada
E só da confusão
Onda de pirado
Deixa a gente na mão

Por isso vem, vem
Quem vai me encontrar
Agora estou na minha
Pois estou devagar
Já disse o que queria a toda rapaziada
Ai, oh ... é o 16 toneladas

2 de julho de 2007

 

Opinião

Minha opinião sobre a notícia abaixo:

tendo em vista a pior coisa que se possa dizer do ex-marido que fez isso, ainda assim pior está o casal: uma morta, e a outra viúva, assustada, agredida (por mais que talvez ela nem tenha sido tocada por ele - o que eu duvido - uma pessoa pode ser violentamente agredida mesmo sem o menor contato físico), fragilizada, etc. E sem a pessoa que ela gosta.

Mas o cara é medíocre. É interessante imaginar o que ele pensa, para ver o quão medíocre ele é.

A mulher é DELE. A partir de determinado momento, ele declarou a posse sobre ela. Ponto 1.
Ele é um homem. Se uma pessoa é X, significa que ela deve adequar-se a X - sendo homem, portanto, ele deve adequar-se a sua virilidade. Ser homem, para ele, é, antes de mais nada, ter o direito de posse sobre uma mulher - um direito dos homens. Quer dizer, não é que ELE possa ter ela, ele administra, com exclusividade, uma propriedade do gênero dele. Assim, ele representa o XY, digamos, e precisa fazer jus a essa sua masculinidade. "Fazer jus a essa masculinidade" implica, possivelmente, várias coisas, mas com certeza, dentre elas, implica em possuir uma mulher na medida em que isso é um direito masculino. Ponto 2.

A mulher largou dele. Imagine a frustração dele. Quando lhe roubam alguma coisa, você se volta contra quem o roubou. Mas e quando suas propriedades fogem aos seu domínio - sua mesinha de centro declarando que você não manda nela, por exemplo - contra quem você se volta? Contra as suas propriedades. Se você considera uma pessoa sua propriedade, bem, assim como você tem o direito de quebrar um copo seu e inutilizá-lo, você tem o direito de quebrar o que é seu. Mas ele, provavelmente, passou por algo pior do que a frustração de ter perdido o domínio sobre sua propriedade.

Sabe-se lá como ele encontrou a mulher dentro de um galpão abandonado. Mas encontrou. E, além de deparar-se com a insubordinação de seu bem mais precioso, ainda por cima tomou as dores de sua classe - afinal de contas, foi uma dupla insubordinação, contra ele próprio, largando-o, e contra o direito masculin de posse sobre as mulheres, ficando com uma mulher. Se fosse uma ofensa apenas contra ele, tlavez ele pudesse relevar, "permitir" que ela fugisse ao domínio dele. Mas tratava-se de desdenhá-lo duas vezes: ele mesmo e sua masculinidade. E a masculinidade não pertence a ele - disseram que ser homem era ter uma mulher, e que ele deve ser Homem. Aí - ofendendo seu bando - ele teve de dar um jeito. Sendo um Homem Bom, ele não descarregou sua raivasobre o seu maior bem - afinal, ela ainda pertence a ele ainda, ele apenas deu-lhe permissão para afastar-se. Ele descarregou sua raiva na corruptora que afastou sua ex-mulher da relação correta - com homens. Uma mulher assim, que subverte a ordem e os princípios fundamentais da sociedade, merece morrer. Não morrer, não que a morte seja o que ele queria. Mas, tendo roubado dele dois bens tão valiosos - a mulher e o respeito ao Homem ("Homem" nos termos dele) - ela precisava pagar com pelo menos uma coisa igualmente valiosa: por acaso foi sua vida.

Trata-se de uma questão de valores. Valores esses que são toscos, pelo menos par mim. Mas ainda por cima, vem o fascismo: as outras pessoas precisam viver segundo os valores dele - na opinião dele - nem que tenham que ser obrigadas a isso. Aquele casal precisava agir segundo o que ele achava correto.

A mediocridade do cara, para mim, está nesse sistema de valores, primeiro: ele depende de alguém que seja submisso. Segundo: são valores que passaram para ele, sobre os quais ele não tem o menor senso crítico - ele nunca se perguntou se poderia agir de outra maneira. Terceiro: ele precisa firmar-se como aquilo que ele quer ser (no caso, Homem) mediante o reconhecimento dos outros, e sua vida torna-se insuportável se alguém - como as duas mulheres - não reconhece isso.

Uma das coisas que eu acho mais terríveis é uma pessoa não conseguir enxergar-se a si mesma. E essa é uma coisa que ele faz bem: dentro da mediocridade dele, ele deve estar orgulhoso de ter agido como um homem quando precisou.

***

Claro que eu não posso afirmar o que se passa na cabeça de uma criatura assim. Mas, além do terror que uma notícia dessas me dá (e contra esse terror ninguém luta com tanto afinco como quanto luta contra, por exemplo, os terroristas do Al Quaeda), e ter que admitir que não sei se esses foram mesmo os motivos dele, o que é pior nessa minha opinião aí de cima é que muitas pessoas pensam dessa maneira, e se não esfaqueiam as pessoas, praticam outros tipos de violências em diferentes níveis, muitas vezes sob a proteção de coisas como costumes, etiquetas, tradições e coisas assim.

 

Murcia: uma mulher é morta pelo ex-marido de sua namorada

02/07/2007

1 de julio de 2007

Um homem de 58 anos de idade foi detido este domingo em Murcia, após ser acusado de assassinar a uma mulher ontem. A vítima, de 40 anos, era a atual namorada de sua ex-mulher.

O homicídio ocorreu no distrito de Algezares, a uns 5km da cidade de Murcia, Espanha, às 16:00 horas. Segundo um porta-voz da Polícia Nacional, a mulher assassinada mantinha um relacionamento amoroso com a ex-mulher do detido.

As duas mulheres estavam em um galpão abandonado, nas proximidades do centro de saúde de Algezares, quando foram encontradas pelo agressor. Ao deparar-se com a atual namorada de sua ex-mulher, esfaqueou-a no pescoço e a vítima faleceu nesse mesmo local.

O homem fugiu do lugar e sua ex-esposa foi quem alertou a polícia de que aquele havia agredido a vítima no pescoço com uma faca. Graças ao aparto de buscas montado para sua localização, foi detido pouco depois, nas proximidades de Algezares.

O detido confessou os fatos à polícia e está previsto que passe à disposição judicial nas próximas horas. Tanto o agressor, como sua vítima e sua ex-mulher são de nacionalidade espanhola.



Notícia copiada (e na medida do possível traduzida) sem autorização da Red Feminista.