Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
Visite:  ||  Instituto Humanitas Unisinos - IHU.  ||  Religión Digital  ||  Site do Vaticano  ||  Agencia Informativa Latinoamericana S.A.  ||  Radio Reloj  || 
Creative Commons License Powered by Blogger

Arquivo de postagens: dezembro 2006   janeiro 2007   fevereiro 2007   março 2007   abril 2007   maio 2007   junho 2007   julho 2007   agosto 2007   setembro 2007   outubro 2007   novembro 2007   dezembro 2007   janeiro 2008   fevereiro 2008   março 2008   abril 2008   junho 2008   julho 2008   agosto 2008   setembro 2008   outubro 2008   novembro 2008   fevereiro 2009   abril 2009   maio 2009   fevereiro 2011   março 2011   junho 2011   março 2017   abril 2017   maio 2017   junho 2017   outubro 2017   abril 2018   agosto 2018   setembro 2018   janeiro 2019   abril 2019   maio 2019   junho 2019   setembro 2019   novembro 2019   dezembro 2019   janeiro 2020   fevereiro 2020   julho 2020   agosto 2020   setembro 2020   outubro 2020  



25 de dezembro de 2006

 

Filosofia e enfermagem

Acho que eu estou começando a entender o meu interesse por enfermagem.
Estive falando com uma prima, que é enfermeira, sobre as relações entre medicina e enfermagem. Trata-se de uma relação um tanto conflituosa: médicos (sem, é claro, generalizar exageradamente) vêem enfermeiros como "hierarquicamente inferiores", digamos assimn. Quer dizer, a enfermagem é uma coisa menor, uma ocupação mais vil, mais chã.
A coisa toda tem mais detalhes, mas comi muito peru (na verdade era um porco) e isso tira o ânimo da pessoa escrever.
Mas existe uma relação semelhante na filosofia. existe uma filosofia "enfermática" e uma filosofia "médica". Kant, por exemplo, faz uma medicina filosófica - ou uma filosofia médica, se se quiser assim. Ou seja, Kant prescreve, diagnostica, trata a parte pelo todo. Kant investiga o conhecimento, descobre seus limites, suas propriedades, faz uma crítica. Por outro lado, temos alguém como Kierkegaard. Kierkegaard (que, já me disseram, pronuncia-se "kirquigór", com o segundo "r" puxado como o do interior - outra curiosidade fora do assunto: ele chama-se Soren Kierkegaard, meu teclado não tem aquele "o" cortado no meio para escrever certo, e "Soren", em dinamarquês, é "Severino"; imagine Kierkegaard recitando: "meu nome é Severino, não tenho outro de pia..."); enfim, Kierkegaard tem os seus diferentes pseudônimos, ele escreve um livro com um pseudônimo e, com outro pseudônimo, polemiza com o anterior - aliás, os estudiosos (os epsecialistas) de Kierkegaard consideram cada pseudônimo praticamente de forma independente: não foi Kierkegaard quem escreveu Migalhas Filosóficas, mas sim Climacus. Kierkegaard escreveu as Obras do Amor, ou o Diário de um Sedutor, mas não as Migalhas. Interessante. E muito diferente de uma Crítica da Razão Pura.
Kierkegaard, Nietzsche, Montesquieu, esse povo é um pouco escanteado na filosofia - não muito, claro, pois Nietzsche está na moda, Foucault também - mas é uma filosofia tida como de segunda categoria, como a carne mais barata que se compra no supermercado, uma filosofia que não é um Kaaant, não é um Heeeegel, mas é uma filosofiazinha, tem seu valor, é bonitinho. Mas você tem que conhecer, mesmo, é Kant, a filosofia séria de Hegel, Descartes, Habermas....
Não é para parecer um conflito de classes - nem na saúde, e nem na filosofia, embora essa coisa toda também dê margem a isso. Mas mais do que um conflito de classes, é uma postura. O médico que te olha por cinco segundos - e já é muito - e te diz "é uma virose, tome uma aspirina e volte em quinze dias se não passar" ou "mas você não pode ter dor aí: o raio-x não mostra nada, pode olhar"; possui uma postura diferente do filósofo menor que escreve por aforismas, cria conceitos ou fala em mônadas.
Acho que é por aí.
...

Comments: Postar um comentário



<< Home