Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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31 de dezembro de 2006

 

Mais filosofia e enfermagem

tem um texto de Thomas Khun (ou "Kuhn") chamado "Consolando o especialista". Neste aritgo, muito legal, ele descreve o especialista pegando como exemplo um bando de assalto a banco: assim com na ciência (Oh! Glória!), um bando de assaltantes de banco também conta com diferentes especialistas que formam uma equipe capaz de executar uma determinada tarefa. E, tanto em um quanto em outro caso, a equipe não trabalha pelo amor à ciência, pela busca da verdade ou pelo desejo de conhecer mais a fundo os bancos, mas sim por dinheiro. Ou porque outro motivo existiriam pesquisas sobre coisas absurdas (agora, quando mais preciso, não me ocorre nenhum exemplo, mas são aqueles tipos depesquisas que são apresentadas, por exemplo, pelo Jô Soares no seu programa ou, por outro exemplo, pesquisas como "quem tem mais neurônios, homens ou mulheres" - esse tipo de pesquisa, em particular, acho tosca, porque trata-se de mera estatística; estatísticas ´procedem por amostragem, quer dizer, de cem pessoas, pegamos dez e esperamos que esse grupo de dez reproduza todas as diferenças, semelhanças e relações que existem no grupo de 100 pessoas, é uma questão de confiança, de fé que o grande grupo se comporte de maneira semelhante à amostra, pois a impressão que fazem passar é que necessariamente o grande grupo se comportará como o grupo menor, o que é apenas uma possibilidade; como diz um amigo meu, se eu e você sentamos em uma mesa, e eu comer um frango e você nada, estatisticamente somos duas pessoas bem alimentadas, pois cada qual comeu meio frango).
Mas, voltando aos especialistas. A medicina é uma ciência de especialidades. Um médico é especialista em pernas, joelhos, rins, etc. A enfermagem é mais (não gosto dessa palavra, mas me rendo) holística. Eu nem sei direito o que quer dizer "holístico", mas me soa algo como "global". Sem querer defender coisas sistêmicas, nem me colocar contra, a enfermagem, tão desvalorizada, ainda assim consegue ser mais... sei lá. A questão é que a enfermagem é quem faz aquilo que atribui-se à medicina, que é cuidar de pessoas. À medicina interessam, é claro, as pessoas. Mas ela somente lida indiretamente com elas. A medicina investiga coisas relacionadas a pessoas, e não pessoas. É como a física, ou a química: no fim das contas, seus estudos acabam convergindo para as pessoas, mas o território delas é outro. A enfermagem, por seu lado, é muito mais antropólogica, digamos assim, do que a medicina (e talvez, mais do que a própria antropologia). Claro, ninguém tem a obrigação de estudar pessoas. A geologia é muito feliz estudando... coisas geo (não quis dizer "estudando pedras" porque acho que isso talvez não resuma a geologia). Mas o estatus que atribui-se à medicina pertence, de fato, à enfermagem. E a enfermagem nem precisa desse estatus, pois seu trabalho vai mais além, me parece.
Está muito interessante escrever isso, mas tenho que tomar banho para ir comprar cigarros, senão fico sem até dia 2.

Comments:
obrigado amigo! ótimo post!
 
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