Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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19 de setembro de 2020

 

A verdade na Bíblia


Estes erros e contradições demonstram que a Bíblia foi escrita por seres humanos, e como este fato não elimina a sua inspiração divina, é necessário esclarecer quais são os limites deste texto que Deus escreveu utilizando as limitações dos seus autores inspirados.

O propósito da Bíblia é a salvação das almas, e não oferecer um guia prático para o dia a dia. «À luz do que foi exposto [outras considerações do autor, incluindo as listas com erros bíblicos que eu copiei ao longo desta semana] deve-se distinguir não somente entre ignorância e erro, mas também entre verdade histórica e científica e verdade salvífica na Bíblia … É antes a segunda, a verdade salvífica, que constitui o propósito imediato da Bíblia.» (Eduardo Arens, A Bíblia sem mitos: uma introdução crítica, p. 232).

É verdade que a Bíblia não contém erros, mas esta inerrância vale apenas para a verdade salvífica que era o objetivo de Deus ao inspirar seus autores a registrarem estas inspirações – e eles o fizeram segundo os dados que possuíam, utilizando os recursos que havia à mão, expressando-se através de ideias e imagens próprias do tempo em que viviam, e estas ideias e imagens se tornaram ideias e imagens da salvação.

A Bíblia não é uma fonte de informação: se por um lado ela oferece certeza absoluta a respeito da verdade salvífica, por outro, quando acerta em outras áreas é mais por uma coincidência involuntária do que pelo mérito de seus autores.

E mesmo no que diz respeito à verdade salvífica, a Bíblia tem limites: tudo o que está escrito nela é verdade, no que diz respeito à salvação que Deus nos oferece, mas a verdade salvífica não está inteiramente registrada nela, e sim a parte que é o essencial para a salvação (cf. o mesmo livro, p. 233).

Fixar estes limites não diminui o tamanho da Bíblia, mas preserva-a de ser dilapidada para fins completamente alheios ao seu escopo salvífico.

É necessário crer na Bíblia, mas além da Bíblia há a Igreja, e além das duas, a consciência. Somente uma ou duas destas instâncias levam a fanatismos variados. O livre acesso à Palavra de Deus pressupõe a livre interpretação da Palavra, mas fixar-se na própria interpretação sem levar em conta a interpretação da Igreja é tão obtuso quanto aceitar a interpretação da Igreja como se ela tivesse recebido diretamente das mãos de Deus no Sinai. Não que o esclarecimento da Igreja não seja proveniente de Deus, pois é Deus que revela à Igreja o que ela proclama, mas ainda que a Igreja seja inspirada por Deus, esta inspiração recai sobre seres humanos, que devem discernir a inspiração que recebem tanto quando qualquer um de nós deve discernir a verdade que recebe da Igreja. Mais ou menos como o som precisa de um meio para se propagar, tanto a Bíblia quanto a Igreja são o meio pelo qual a voz de Deus se propaga.




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