Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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25 de agosto de 2020

 

Filtragens desreguladas

 

O aborto é o resultado final de uma sequência de crimes e pecados: a omissão do governo, a violência, o machismo, a ausência de limites, a ausÊncia de infra-estruturas básicas. Tudo isto, cada ponto desta linha do mal pressionando o próximo e sendo pressionado pelo anterior, vai concentrar a somatória de pressões exatamente sobre o ventre da mulher - ou da criança, como no caso da menina de dez anos do Espírito Santo.

Se os grupos de pressão, uma outra linha que também amarrar uma das suas pontas nas mulheres, à altura dos seus ventres, estivessem preocupados com a vida, com Deus ou com as mulheres, não as encontrariam apenas na hora do aborto.

Aliás, não se pode dizer que estes grupos não se preocupem com a vida, Deus ou as mulheres, mas pergunta-se o que eles entendem por estes termos, para conseguirem manter o silêncio enquanto Deus é violentado nas mulheres que sofrem abuso mas não engravidam, nos negros cujas vidas são ceifadas diariamente, nas crianças que são abusadas sistematicamente...

O aborto é, sim, um pecado, e a sua defesa uma violência (espiritual) contra si. Mas é um pecado que, sem perder nada da sua gravidade por isto, é resultado de outros pecados que acontecem cotidianamente, sistematicamente, sem que estes grupos se manifestem contra eles.

Quando eles acordam e reagem, repentinamente, diante da ameaça de um aborto, eles estão coando o mosquito com muito zelo (um mosquito que deveria, sim, ser coado), mas engolem no mais completo silêncio o camelo, sem nunca abaixar o dedo em riste apontado contra outrem, tenha outrem dez ou cem anos.

Cristo não veio para deixar passar o mosquito, e sim para começarmos a não deixar passar o camelo. É necessário se opor ao aborto, mas nada, nem isto, justifica tocar o terror às mulheres, ainda mais às crianças. Se o ardor do amor à vida não for capaz de se mobilizar contra toda a violência prévia ao aborto, o ardor pró-vida só conseguirá queimar tudo a sua volta, numa violência diferente, mas análoga à que pensa combater.


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