Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
Os mandamentos de Deus parecem difíceis, e pelo visto são mesmo - mas não são difíceis demais.
Eles são palavras ao nosso alcance, em nossas bocas e em nossos corações. Aqui já descobrimos que não é necessário aprender latim, aramaico, grego, sânscrito para aprender estes mandamentos. Se são palavras que já estão em nossas bocas, elas não estão ocultas em textos místicos mais ou menos secretos escritos em uma língua antiga, nem correm o risco de terem se perdido em traduções mal-feitas.
Que palavras podem ser estas que estão em nossas bocas? Amor, justiça, verdade, bem, liberdade. Tudo isto está nestes mandamentos. E em nossas bocas.
Mas também estão em nossos corações. O que nos falta não é encontrar as palavras (Deus já nos deu), mas sim encontrá-las em nossos corações, porque já estão lá.
Estão em um lugar reservado em nossos corações com os sentidos que Deus quer dar a elas, que não é necessariamente o sentido que nós damos. O que nós procuramos nas análises linguísticas somente encontraremos em Deus - em Deus habitando nossos corações.
Por isto o amor, a verdade, a justiça, a liberdade, etc., parecem às vezes apenas palavras: retiramos elas de algum lugar secreto dos nossos corações e depositamos nelas os sentidos que bem entendemos e depois não entendemos porque elas não "funcionam" e parecem vazias. Parecem vazias porque resta nelas apenas o sentido de Deus, que só pode ser encontrado junto dele, neste lugar secreto habitado por Deus em nossos corações.
Depois de reveladas aos nossos corações, talvez possamos descobrir que eram muito difíceis por causa dos empecilhos que colocamos, e assim reveladas, talvez nem difíceis sejam.
*Citação truncada da última estrofe da letra de Um Índio.