Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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3 de dezembro de 2019

 

Quarta-feira da primeira semana do Advento

Os sentimentos se parecem com água e comida em muitas coisas.

Eles podem ser deliciosos ou asquerosos, além de poderem ser, os mesmos sentimentos, asquerosos para uns, deliciosos para outros e vice-versa.
O gosto ou o asco por determinado sentimento também pode mudar com o tempo, com o qual também a sua posição na nossa hierarquia de gostos pode mudar.

Sentimentos artificiais, com aroma "idêntico ao original", podem diminuir nossa sensibilidade ao sabor original.
Os conservantes e os aditivos químicos podem também nos deixar incapazes de sentir o sentimento em si e reorientar o paladar do nosso coração para os próprios artifícios de sabor.

Às vezes um sentimento pode ser delicioso e fazer mal à saúde, ou pode ser intragável mas ser um verdadeiro remédio. Em qualquer caso, pode ser que faça mal em excesso e também faça mal se for muito pouco.

Alguns sentimentos podem realçar ou esconder o sabor de outros sentimentos, como o sal e o açúcar fazem com alguma comida ou bebida ruins de ingerir. E assim como o sal e o açúcar, podem substituir todo o resto nas nossas preferências, tornando-se desejos obsessivos, sem contar que a intensidade frequente de um sentimento pode fazer com que se torne quase impossível perceber o mesmo sentimento se apresentando de forma mais sutil e, eventualmente, mais saudável (como o excesso de açúcar dificulta a percepção da doçura cálida de uma cenoura, por exemplo).

Há sentimentos bons porém perigosos como alguns frutos-do-mar, e sentimentos enganosos como refrigerantes. Há também sentimentos embriagantes como bebidas alcoólicas e, assim como elas, alguns convém não misturar.

Sentimentos que estragam e apodrecem com o tempo; sentimentos que dão mais trabalho do que outros; sentimentos industrializados e orgânicos; sentimentos que uma Bella Gil das emoções poderia sugerir ser substituídos por outros e sentimentos rotineiros que nem se percebe mas cuja falta é muito sentida quando não tem. 

E assim como a água e a comida, eles acabam. Deixam lembranças que não alimentam mas são agradáveis. Alguns deixam lembranças horríveis.
Mas, também como a água e a comida, eles voltam, embora alguns os tenham em demasia e a outros reste a escassez.
Há muitos pobres em sentimentos. E ricos acumuladores emocionais que poderiam dividir o que tem.

Em tudo isto Cristo está presente, mas aqui, na escassez (que pode ser de sentimentos em geral, mas também pode ser de algum sentimento em particular, ainda que o coração esteja abarrotado de outros sentimentos), Cristo entra com maior urgência, pois quem multiplicou sete pães e alguns peixinhos (cf. Mt 15,34), também pode saciar a fome do nosso coração.

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