Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
Visite:  ||  Instituto Humanitas Unisinos - IHU.  ||  Religión Digital  ||  Site do Vaticano  ||  Agencia Informativa Latinoamericana S.A.  ||  Radio Reloj  || 
Creative Commons License Powered by Blogger

Arquivo de postagens: dezembro 2006   janeiro 2007   fevereiro 2007   março 2007   abril 2007   maio 2007   junho 2007   julho 2007   agosto 2007   setembro 2007   outubro 2007   novembro 2007   dezembro 2007   janeiro 2008   fevereiro 2008   março 2008   abril 2008   junho 2008   julho 2008   agosto 2008   setembro 2008   outubro 2008   novembro 2008   fevereiro 2009   abril 2009   maio 2009   fevereiro 2011   março 2011   junho 2011   março 2017   abril 2017   maio 2017   junho 2017   outubro 2017   abril 2018   agosto 2018   setembro 2018   janeiro 2019   abril 2019   maio 2019   junho 2019   setembro 2019   novembro 2019   dezembro 2019   janeiro 2020   fevereiro 2020   julho 2020   agosto 2020   setembro 2020   outubro 2020  



8 de novembro de 2019

 

Lc 16,1-8


O cristianismo é uma religião em nome da qual já se fez muitas coisas boas e más (inclusive coisas suspeitas, que ainda não temos como saber se foram boas ou más).
Por isto mesmo é necessária a conversão do coração, que depende da interação entre Deus e o coração humano, pois sem isto até mesmo o "amai-vos uns aos outros" pode se traduzir em uma maldade.
Se até mesmo as mensagens mais explícitas ("amai-vos...") podem ser usadas para o mal, o que dirá Lc 16,1-8!
Um administrador desonesto (nas palavras de hoje: corrupto) é descoberto, ganha um aviso-prévio, e aproveita este tempo de aviso prévio para roubar ainda mais o patrão bajulando os credores dele. E o patrão ainda aplaude.
Jesus Cristo enlouqueceu nesta passagem! Ou Lucas esqueceu de acrescentar alguma coisa: uma reprimenda de Cristo ao administrador, uma recomendação de que não ajamos como ele, qualquer coisa!! Mas não, tudo o que Cristo tem a dizer é que os filhos deste mundo são mais prudentes no trato com seus semelhantes do que os filhos da luz.
Mas talvez a ideia seja ressaltar a predominância do bem. O administrador desonesto não deve ter conseguido muita coisa com a sua desonestidade, pois o patrão descobriu até este último ato (se o patrão elogiou a esperteza do administrador é porque deve ter descoberto, e embora talvez tenha deixado prá lá a fraude, porque teria demitido o administrador pra começar?)
Cristo não está dizendo "roube para fazer caridade com o dinheiro roubado", mas sim "trate bem os outros". A desonestidade do administrador fez mal a ele mesmo e fez bem aos outros.
Como mais adiante Cristo vai dizer que quem é infiel no pouco também será infiel no muito, pode-se supor que se um um bem resultante de um mal é elogiável, quanto melhor será um bem resultante de um bem.
Então o bem predomina, porque Deus é maior e mais forte do que o mal. Mas a máxima de que os fins não justificam os meios ainda vale: usar meios maus para resultar em um bem dá no mesmo que colocar barreiras à ação de Deus, o que não vai impedir Deus de usar até o mal para fazer resultar dele um bem, mas quem põe as barreiras arrisca o próprio pescoço. Agir contra Deus não vai impedir Deus mas vai prejudicar quem antagoniza Deus; agir a favor de Deus também não vai impedir Deus (é óbvio) mas vai ser benéfico para quem o ajuda: se até do mal Deus tira coisas boas, o que dirá do bem!
Não é necessário fazer o mal para tratar bem os outros. Mas se é possível fazer o bem com destrato (uma esmola dada de cara feia, por exemplo), o bem vai ficar ainda melhor feito com bom-trato.
(E eu tenho que voltar às aulas de português para relembrar as sutis diferenças entre bem e bom e entre mal e mau).

Comments: Postar um comentário



<< Home