Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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14 de setembro de 2018

 

Portfólio artístico

Eu gosto de escrever, e isto é toda a minha arte.
Arte... eu estou ligado à arte por caminhos indiretos: sem ser um artista, sou perpassado constantemente por ela, e às vezes foi ela quem moldou algumas ideias e sentimentos, que no fim se transformaram em ações, algumas das quais se confundiram com o meu "quem eu sou" interno.

Os caminhos que me ligam com a arte - passagens subterrâneas, trilhas sazonais, cruzeiros clandestinos - não fazem de mim um artista, mas me credenciam como público, no sentido de espectador. Nunca se sabe o que o artista quis dizer, mas eu sempre sei bem o que se apresenta diante de mim ("sempre sei" se incluirmos aí aquilo que meu coração sente, que é seu modo de pensar, sobre o que se apresenta).

Eu raramente desfruto daquele prazer de ver (ler, ouvir, etc.) e compreender o contexto histórico, estético, politico ou biográfico que têm as obras de arte (o conceito por trás das deformações cubistas ou a vida da Frida Kahlo que ressignifica cada imagem das obras dela, por exemplo), mas eu sei do (por)que eu gosto do que gosto e isto inclui a movimentação incessante das minhas opiniões, placas tectônicas em um lento mas irrefreável movimento.

A única arte acessível a mim é a escrita, talvez porque as letras já tenham suas formas e eu só tenha que organizá-las direitinho em palavras (que na maioria já estavam inventadas quando eu nasci) numa estrutura paralela à roda-viva das minhas ideias e sentimentos. Mas eu não sou um artista: sem entender nem mesmo o uso dos "porquês" ou a diferença que há entre "através de" e "por meio de" (mas domino o uso da crase, um orgulho que guardo como quem guarda o papel de um bombom que ganhou da garota amada há vinte anos atrás), gosto de certas palavras e às vezes vou testando palavras legais umas com as outras até elas fazerem todas juntas algum sentido.

E, por mais estranho que possa parecer - para mim - todo o resto (imagens, sons, texturas, cheiros, etc.) são palavras: eu ia mencioná-lo, mas não seria capaz de demonstrar a estranheza que é ler também com a pele ou os ouvidos. Talvez eu esteja chamando a leitura de arte e me considerando artista por isto. Mas neste caso, seria como ter obras expostas em uma galeria que só eu posso visitar, o que é muito excitante porém muito vazio.

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