Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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10 de setembro de 2018

 

Este mundo e o outro

Deus criou o mundo e viu que era bom. E mesmo depois de estragado, retorcido e distorcido pelo pecado, Deus não mudou de opinião, a prova disto é que não abandonou o mundo à própria sorte. Somente seguindo pelos caminhos de Deus é possível não desistir deste mundo.
Quando eu tentei salvar o mundo por caminhos alternativos, o sonho de um mundo melhor se tornou uma ilusão, e se tornou necessário, neste caso, que eu me agarrasse ao que deixou de ser um sonho para se tornar uma miragem.
Insistir em tornar o mundo melhor é - pelo menos para mim - uma necessidade, porque o mundo não pode continuar do jeito que está. Mas esta insistência em melhorar o mundo não pode ser às custas se negligenciar o Reino de Deus. Esta negligência é que leva aos caminhos alternativos que transformam a insistência em melhorar o mundo numa ilusão.
Mas foi fácil, muito fácil, ficar olhando para o céu e esquecer o chão em que eu pisava. Não foi à toa que Cristo disse que o Reino do Céu está entre nós, e que depois da ascensão, os anjos vieram perguntar por que os discípulos ainda estavam olhando para o céu. A busca pelo Reino também tem os seus perigos e ilusões, uma das quais é se refugiar do mundo nas ideias e sensações celestes. Buscar primeiro o Reino de Deus supõe buscar mais coisas além do Reino - pois Cristo não disse "buscai SOMENTE o Reino de Deus", e sim PRIMEIRO. Refugiar-se nas coisas celestes é uma distorção tão nociva quanto ignorá-las.
A saída que eu encontrei foi desconfiar de tudo, mas a paranóia foi pior do que as negligencias anteriores.
No fim, restou o abismo e Deus, e eu decidi dar uma chance a Deus porque qualquer coisa, o abismo daria um fim em tudo, pelo menos para mim.
Optar por Deus é um trabalho diário, constante, em um minuto tudo está bem e no minuto seguinte tudo está desmoronando e quando eu percebo eu estou escorregando pelo abismo. É um trabalho, aliás, impossível, que somente Deus torna possível.
Deus torna possível buscar primeiro o Reino de Deus e depois um mundo melhor. Deus torna possível desconfiar de tudo sem que isto vire uma paranóia, porque basta pôr a confiança em Deus (mesmo que a minha confiança vacile, como o sinal do celular dentro de um carro passando por um túnel, Deus vem em socorro, qual uma antena parabólica de emergência - ele que é também o sinal). Deus torna possível manter o mínimo de sanidade possível até que os tremores de terra terminem. Se eu estou crucificado com Cristo como São Paulo, e morri para este mundo, não foi como Cristo ou como o apóstolo, que o fizeram de maneira heróica, consciente, e santa.
Para um suicida, a morte não é uma solução, mas sim uma adequação: no caso, matar o corpo para adequá-lo ao coração que já tinha morrido muito antes. Deus é para mim o equivalente a uma mistura de esqueleto de adamantium do Wolverine com o exoesqueleto do Robocop (sem a lavagem cerebral dos dois, é claro). Mas, diferente destes esqueletos, Deus encontrou, não sei em que parte, alguma vida no meu coração.
Eu não saberia dizer se agora meu coração bate por si só, ou se funciona ligado a aparelhos, onde Deus faz às vezes dos aparelhos. Se der para comparar viver em Deus a respirar por aparelhos, tenho que fazer a ressalva que Deus é um Aparelho que continua - não me pergunte como - conectado mesmo quando o desconecto, para que eu não morra por um vacilo ou mil.
Se eu já havia jogado fora a minha vida e só restava adequar meu corpo ao meu coração, a vida que eu tenho para oferecer a Deus é a que ele próprio providenciou, uma vez que eu não tinha mais vida, estava apenas clinicamente vivo.
Tudo isto para eu continuar a buscar um mundo melhor, logo depois de buscar o Reino de Deus.

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