Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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10 de março de 2017

 

"A submissão recíproca 'no temor de Cristo' "

Lendo o texto da audiência geral do finado São João Paulo II, de 11 de agosto de 82, eu noto como me sinto desconfortável diante da passagem da carta aos Efésios que orienta as mulheres a serem submissas aos maridos.
Ainda me sinto assim, mas segue uma tentativa de compreensão da passagem, que não é um resumo mas se baseia no referido texto de JPII.
O que São Paulo expõe nesta parte da carta aos Efésios são normas para o casamento, e o casamento é apresentado como sendo - devendo ser - uma imagem da relação entre Cristo e a Igreja. Isso cai bem para a Igreja (simbolizada pela mulher) que deve ter Cristo (simbolizado pelo homem) como sua cabeça.
Mas não cai bem, não para mim, que a mulher (que simboliza a Igreja) seja submissa ao homem para  fazer jus à imagem - pois às vezes as consequências desta submissão, simbólica enquanto teologia, mas real e concreta enquanto experiência vivida, são nefastas.
O mesmo princípio que torna a  mulher submissa ao homem, torna o homem uma vítima da mulher. É muito fácil concluir, a partir disto, que o homem é quem manda e a mulher quem obedece, e que o pobre homem é uma vítima da malvada mulher - e além de ser fácil, é uma conclusão errada (nem toda conclusão fácil está errada porque é fácil, mas a maioria das conclusões erradas são também conclusões fáceis).
A mulher que se submete ao homem se submete a alguém que se coloca aos pés dela. É verdade que é ele quem se coloca e não é colocado aos pés dela por outrem, mas também é verdade que quem se submete é ela, e não é submetida a ele por outrem. E é por isto que, na mesma carta aos Efésios, São Paulo fala em submissão recíproca, e não em submissão unilateral.
Trata-se de aceitar ser submissa, e de aceitar ser vítima. Não se trata de ser submissa a um tirano doméstico, muito menos à violência, e sim de aceitar decisões; bem como não se trata de vitimar-se  diante de uma  tirana implacável, mas sim de acatar os seus desejos.
Eu resumiria isso em: ela deseja e ele faz acontecer o desejo dela. Ela projeta, ele executa. Coisas assim.
Nada disso implica no impedimento de trabalhar  fora, nem em exigir dela  tal ou qual comportamento, nem em sequer  supor inferioridade intelectual, espiritual, moral, etc. de qualquer mulher, e em resumo, não implica em nenhum argumento que submeta as mulheres aos desmandos de qualquer homem, mesmo que sejam bem-intencionados.


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