Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
Visite:  ||  Instituto Humanitas Unisinos - IHU.  ||  Religión Digital  ||  Site do Vaticano  ||  Agencia Informativa Latinoamericana S.A.  ||  Radio Reloj  || 
Creative Commons License Powered by Blogger

Arquivo de postagens: dezembro 2006   janeiro 2007   fevereiro 2007   março 2007   abril 2007   maio 2007   junho 2007   julho 2007   agosto 2007   setembro 2007   outubro 2007   novembro 2007   dezembro 2007   janeiro 2008   fevereiro 2008   março 2008   abril 2008   junho 2008   julho 2008   agosto 2008   setembro 2008   outubro 2008   novembro 2008   fevereiro 2009   abril 2009   maio 2009   fevereiro 2011   março 2011   junho 2011   março 2017   abril 2017   maio 2017   junho 2017   outubro 2017   abril 2018   agosto 2018   setembro 2018   janeiro 2019   abril 2019   maio 2019   junho 2019   setembro 2019   novembro 2019   dezembro 2019   janeiro 2020   fevereiro 2020   julho 2020   agosto 2020   setembro 2020   outubro 2020  



14 de fevereiro de 2011

 

Motivos

Eu ainda estou às voltas com meus motivos pelos quais começar (re-começar, na verdade) um blog. Da primeira vez, era algo terapêutico. Era outras coisas também, mas principalmente terapêutico. Não pelo fato de eu falar sobre a minha vida, mas sim por alguma coisa parecida com ter voz. Era isso ou começar a falar sozinho. Por isso não me importava - e ainda não me importa - ser relevante. Não que eu não queira que ninguém leia esse blog, pelo contrário, faço muito gosto; a questão é que antes da leitura alheia, vem minha própria escrita.
Os blogs que eu mais acompanhava, e com os quais mais me relacionei estão ali naquela lista de endereços à sua direita, especialmente o Talvez minha vida seja assim, No Jardim Secreto e o Perdida em la Mancha. Hoje em dia, não acompanho nada com tanta frequência, mas gosto muito de ler um chamado Olhômetro, cuja autora escreve bem, mas muito bem (e eu, que não sou um Machado de Assis, pelo menos sei reconhecer um texto verdadeiramente bom), e outro chamado Somos Andando, sobre política. Acompanho outros blogs, mas apenas estes dois têm a ver com este post, que é sobre forma e conteúdo.
Ambos os blogs são bem escritos e ambos tem bons assuntos ("bem" e "bons" = eu gosto), mas cada um se destaca por uma ou outra coisa.
A autora do Olhômetro é, na minha opinião, uma artífice da língua. Não porque ela tenha escrito algo genial (com excessão das genialidades menores que se distribuem pelos textos dela), mas porque ela sabe usar genialmente a escrita. Simples assim. É mais ou menos como a diferença entre Hume e Kant: ambos são gênios, estudiosos e entendem bem daquilo que escrevem, mas Hume você lê porque é bom de ler, não importa o que seja; não que o assunto de Hume (ou os do Olhômetro) seja secundário, mas a escrita é tão boa que ultrapassa o próprio assunto. Já o Somos Andando não é nem de longe mal escrito, mas não chama a atenção (pelo menos não a mim) pela escrita, e sim pelo conteúdo. Mais especificamente, eu acho, pela lucidez argumentativa. Lucidez argumentativa significa, no meu mundinho, saber o que se está falando. Não no sentido de um especialista saber do que está falando, mas no sentido de ter consciência das implicações do que se disse, tanto dos efeitos quanto das causas do que se disse. Eu geralmente não concordo com o que a autora escreve, mas ela argumenta bem, e muito bem mesmo.
Daí o que tem a ver esses dois blogs com a retomada deste meu bloguinho? Primeiro que são dois blogs, aliás duas autoras, que tem habilidades literárias que eu queria muito ter mas não tenho: clareza e leveza nos textos. Mas, em segundo lugar, porque a maioria dos blogs que leio por aí são tão ou menos habilidosos do que eu (na minha opinião) e as pessoas não tem vergonha disso: escrevem mal e seguem escrevendo felizes. Normalmente são blogs que eu entro uma vez e depois nunca mais. Mas agora eu resolvi dar uma blogadinha porque eu sou uma rapaz latinoamericano que também sabe escrever mal.
Claro que eu acompanho outros blogs além destes dois e por outros motivos além da maneira como são escritos.
Mas foram estes dois blogs, aliás, essas duas autoras, que, por mais indiferentes que sejam a isto, me mostraram como se escreve direito, ou pelo menos como se escreve do jeito que eu gostaria de escrever (e não quis dizer com isso que de fato eu aprendi - pois saber como fazer não significa ter capacidade de fazer, necessariamente).

Comments: Postar um comentário



<< Home