Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
O ser humano é um ser político. Não digo no sentido de Aristóteles ("o ser humano é um animal político") porque não sei bem qual é o sentido que ele deu a afirmação (algo como a essência humana, coisa assim).
Mas eu quero dizer no sentido de que as pessoas inevitavelmente se relacionam, nem que essa relação não passe de uma troca de olhares por uma fração de segundo na rua, e inevitavelmente se influenciam. Pode ser que uma pessoa seja influenciada por um número maior ou menor de pessoas, pode ser que a influência que sofre seja maior ou menor, mas - até que me provem o contrário - é impossível para qualquer pessoa ser completamente autônoma.
Daqui se poderia derivar questões sobre o poder, autonomia, essas coisas, mas eu estou pensando em coisas mais simples, reflexões com cara de sexta-feira - não reflexões mal-feitas, mas menos, digamos, pesadonas. A questão que eu estou pensando é no conflito entre as ações privadas e o impacto social que elas têm. O melhor de tudo é que nunca estudei sobre isso, portanto posso dizer bobagens livremente sobre o assunto.
Qualquer atitude que você tome reforça a adoção dessa atitude na sociedade. Por mais insignificante que alguma pessoa seja , as atitudes que ela tomar reforçarão a prática correspondente àquela atitude. Quer dizer, as pessoas dão exemplos.
O ideal, para mim, seria que uma pessoa visse em um exemplo apenas um exemplo, e não um caminho ou um modelo a ser seguido. Mas o que acontece é que a maior parte das pessoas segue exemplos. Se alguém um dia decidir que deseja passar o dia inteiro batendo com a sua cabeça na parede, pode ter certeza que haverá alguém maluco o suficiente para dizer "ei, isso é legal" e começar a bater também a sua cabeça na parede.