Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!

10/09/2008

 

Movimento

Eu gosto da mobilidade, do movimento. A principal imagem que me vem à mente são placas tectônicas deslizando umas sobre as outras. Talvez porque seja um movimento ininterrupto, mas que preserva alguma coisa. No caso, o formato da terra.
Esse movimento somente é possível dentro de um limite, mas não importa tanto que a esfera do planeta seja um limite, e sim que seja, ao mesmo tempo, uma das condições desse movimento. As placas tectônicas - se eu entendi bem essa história toda - deslizam umas sobre as outras sempre em direção ao centro da Terra, como tudo no planeta, aliás (menos as coisas mais leves do que o ar). Por isso, há sempre um movimento contínuo, a Terra nunca fica deitada eternamente em berço esplêndido, porque ela é, ao mesmo tempo, o berço e aquilo que ocupa o berço - quer dizer, ela se move sobre ela mesma, e claro que temos que dividi-la em partes para dizer que há movimento. Mas é um movimento sobre si, e, desconsiderando as partes, pode-se dizer que a Terra move-se ao mesmo tempo em que não se move. Ela se move, modifica-se sempre dentro de um limite, que é ela própria.

Eu não sei bem o que me fascina no movimento, ou neste tipo de movimento da Terra, sobre si. Não a translação em torno do sol, ou o movimento conjunto com a lua, mas sim a Terra que desloca-se sobre a Terra. Algo permanece igual e este mesmo algo, ao mesmo tempo, muda - pois a Terra continua sendo a Terra, mas há movimento. Há uma semelhança e uma diferença, como uma brincadeira de roda em torno de um núcleo em chamas, que funde tudo que o alcança, e relança de volta à Terra, a si, ao restante do conjunto. Nem vou levar em conta a grande poça de água que há sobre a maior parte das placas tectônicas, nem da vida que habita esse mar, e nem da vida que se desenvolve na pequena porção seca das placas.

É desse tipo de movimento que falo quando digo que gosto: não um ir até lá, mas mover-se sobre, não uma caminhada infinita, mas mas um ir e vir que, na volta, encontra tudo diferente, ainda que o lugar seja o mesmo.

Comments: Postar um comentário



<< Home
Visite:  ||  Instituto Humanitas Unisinos - IHU.  ||  Religión Digital  ||  Site do Vaticano  ||  Agencia Informativa Latinoamericana S.A.  ||  Radio Reloj  || 
Creative Commons License Powered by Blogger

Arquivo de postagens: dezembro 2006   janeiro 2007   fevereiro 2007   março 2007   abril 2007   maio 2007   junho 2007   julho 2007   agosto 2007   setembro 2007   outubro 2007   novembro 2007   dezembro 2007   janeiro 2008   fevereiro 2008   março 2008   abril 2008   junho 2008   julho 2008   agosto 2008   setembro 2008   outubro 2008   novembro 2008   fevereiro 2009   abril 2009   maio 2009   fevereiro 2011   março 2011   junho 2011   março 2017   abril 2017   maio 2017   junho 2017   outubro 2017   abril 2018   agosto 2018   setembro 2018   janeiro 2019   abril 2019   maio 2019   junho 2019   setembro 2019   novembro 2019   dezembro 2019   janeiro 2020   fevereiro 2020   julho 2020   agosto 2020   setembro 2020   outubro 2020   julho 2024   setembro 2024