Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!

14/08/2008

 

limite

De todas as pessoas no mundo, existem as que eu conheço. De todas as que eu conheço, existem as que tem alguma relação maior comigo, coisas em comum como morar na mesma cidade, trabalhar no mesmo lugar, compartilhar os mesmos interesses, essas coisas. De todas estas últimas, há algumas com quem eu convivo mais, seja por obrigação, seja por gosto.

Desse afunilamento, desde o mundo inteiro até as pessoas com quem eu convivo, eu precisava conviver com as pessoas, com o tipo de pessoas mais nocivo a mim? Eu precisava viver com o tipo de pessoas mais intolerante, mais formatada, mais tosca, mais centrada em si mesma, mais mesquinha, mais arrogante, mais distante de mim?

Poderia ser pior? Poderia: eu podia viver em um lugar onde eu fosse explorado sexualmente, economicamente, ou poderia viver em meio a tiroteios constantes, ou sem saneamento básico, qualquer desses horrores a que muitas pessoas estão sujeitas. Mas só porque poderia ser pior não quer dizer que não seja horrível e insuportável!!!

Eu nunca desisti de fazer as coisas com as quais eu sonho. Já desisti de muitas coisas, e muitos sonhos eu nem comecei porque não via perspectivas concretas de realizar no momento. Mas dos sonhos que eu comecei, eu nunca desisti e fui até o fim, nem que fosse apenas para terminar, mesmo que fosse mal terminado.

Eu já abri mão de muitas coisas na vida. Já me joguei no lixo inúmeras vezes. Mas de certos aspectos, de certas coisas minhas eu nunca abri mão. Eu não sei se talvez meu erro seja preservar uma ou duas coisas intocáveis, quando deveria, na verdade, abrir mão de tudo e me deixar levar, apostar e ver no que dá de maneira absoluta.

Às vezes é necessário desistir de certos projetos. Mas a minha única saída, a única perspectiva à minha disposição é desistir de projetar, de ter perspectivas, de sair do mesmo lugar em que eu me encontro.

Eu já não sou a mesma pessoa que era quando eu tinha, sei lá, 10, 14 e mesmo 20 anos. Mas mesmo com todas essas mudanças, eu continuo sempre e sempre à mercê exatamente das mesmas coisas a que sempre estive à mercê. É como se livrar-se desse horror fosse um trabalho de Sísifo. Mas não é a pedra, e sim eu que sempre rolo montanha abaixo, para recomeçar tudo novamente.

E a cada dia que passa a pedra se torna mais e mais pesada.

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