Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
Não sei mais como, mas encontrei um site onde você cria um perfil, e adiciona as séries que você já assiutiu ou está assistindo. Adorei, lembrei de coisas muito antigas, seriados que eu nem lembrava mais que faziam minha cabeça (que está em processo de adaptação a cremes para cabelo - nada a ver com o assunto, aliás). Tem desde coisas mais recentes como
The L Word, que é a última que me interessou (tentei reassistir
McGyver, mas não tive paciência, e
Will&Grace, mas é muito idiota - legalzinha, mas idiota de maneira geral), até
Punky, A Levada da Breca e
Alf, o É Teimoso.
The L Word é um seriado muito legal, do tipo Gilmore Girls e Alias - mas totalmente diferente, também. Um monte de garotas lésbicas (ou bissexuais e tem uma heterossexual, mas vamos generalizar a vida, porque senão são muitos detalhes) e a vida delas. Uma das coisas interessantes é que, no caso das histórias de amor da série, são coisas mais - pelo menos eu acho - aceitáveis e compreensíveis: mesmo em Gilmore Girls, por exemplo, a Rory era, até pouco tempo atrás, a última virgem com mais de 15 anos (e chutando para cima) do mundo, e seu maior problema amoroso era "será que fico com um rapaz lindinho, trabalhador e bonzinho ou com um badboy que me deixa louca de tesão?", e a Lorelai só conseguia homens perfeitos na vida dela - professores bem-sucedidos, ricos empresários (nunca vi alguma amiga minha com tamanha sorte, e para muitas delas basta chutar uma árvore que caem pretendes às pencas). No The L Word, diferentemente de qualquer série que eu me lembre, as pessoas fazem sexo, se apaixonam, amam, terminam relações, voltam, ficam naquela "sei lá o que está havendo, mas é legal" sem morrerem de culpa, sem a vida toda centralize-se nisso. Eu estou pensando, ainda, na comparação com Gilmore Girls (já que em Alias o papo é outro): a Rory leva trezentos anos para decidir se fica com um cara ou não, e a mãe dela, 250 anos - porque é mais esperta na vida do que a filha (e isso que eu gosto do seriado) -, já em L Word, só para dar um exemplo, a Shane decidiu pedir Carmen em casamento (o que é surpreendente mas não tenho tempo de explicar porque), descobriu que é muito parecida com o pai, e que ele é um galinha, e largou a noiva, literalmente, no altar (um comentário rápido: uma atitude burra dela, já que ela não é o pai dela, por mais que ambos tenham hábitos parecidos - ela só é o pai dela se ela quiser).
Eu posso estar centrado demais no meu umbigo, mas esse tipo de coisa, esse dinamismo na vida (que não se refere somente a episódios tristes como esse, foi só um exemplo para ilustrar o dinamismo) é muito mais realista do que a vida em Star Hollows.
Enfim, o site onde você pode encontrar um monte de seriados é
http://orangotag.com.
Uma coisa
triste, e outra
alegre - mas que não são da minha conta (quem sabe um dia eu aprendo).
Você quer escrever uma comunicação para apresentar em um congresso de filosofia. Aí você escolhe dois autores: Gilles Deleuze (em parceria com Felix Guattari) e Monique Wittig. Mas você só encontra
um texto dela traduzido em português (
O Pensamento Hetero), apenas
um, nada mais. Sorte a sua que outra autora, Judith Butler, escreveu um texto sobre Monique Wittig. Mas, nesse texto, ela fala também de Simone de Beauvoir e Michel Foucault. Você gosta de Beauvoir e Foucault. Mas quer escrever sobre Wittig.
Aí vem a luz: o assunto que você queria em Wittig também é o assunto de Judith Butler, e é até um pouco mais interessante, porque de todas estas pessoas citadas, somente Judith está viva ainda. Mas... decepção: somente existe
um texto de Butler traduzido em português.
Um. Chamado
Variações sobre Sexo e Gênero - Beauvoir, Wittig, Foucault.
Aí você tem somente um pequeno artigo de Wittig disponível, somente um de Butler, e não tem dinheiro para fazer um curso de inglês. O que você faz?
Você faz "grrrr" e se vira para explicar na sua comunicação que vai apresentar um texto em que uma parte é sobre um texto de Butler que fala de um texto de Wittig que fala de um livro de Beauvoir - e depois, ainda, vai relacionar isso com um texto de Deleuze e Guatarri.
"Grrrrrrrrr!!!!!" é o que resta a dizer.