Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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26 de maio de 2007

 

A arte de prender

Existem muitas maneiras de prender as pessoas.



Você pode, por exemplo, não possuir ficha na polícia, não cometer nem ter nenhum crime, ter uma casa para morar, um emprego com um salário baixo porém razoável, liberdade de expressão, capacidade para expressar-se, internet banda larga, não estar em cativeiro por qualquer motivo (sequestro, motivos políticos, embaixo de escombros), e, mesmo assim, ser uma pessoa presa.



Utilizando ainda o exemplo acima. Digamos que aquela pessoa queira morar em outro lugar, uma outra cidade distante uns... 30km, por exemplo, da cidade onde mora atualmente. É possível chegar em 42 minutos na outra cidade. Nessa outra cidade, você encontra um JK com um aluguel que você pode pagar e ainda ter o suficiente para manter-se no mês todo. Esse JK fica próximo da estação do trem, no centro da cidade (vamos imaginar que essa cidade seja a capital do Estado em que a pessoa em questão mora).



Perfeito! Aquela pessoa tem dinheiro e meios de ir para lá! Tem liberdade para sair da cidade horrível em que mora, da casa e do ambiente horrível onde mora! O que estamos esperando para dizer que ela foi para lá?!?



Ela pode possuir cadastro no SPC. Bom, não é criminosa essa pessoa, mas não conseguiu honrar suas dívidas. Como esse é um exercício de imaginação, vamos colocar mais coisas aí: pode ser que essa pessoa esteja no SPC não por ter deixado suas contas vencerem, mas por ter emprestado o nome para outras pessoas abrirem contas. E estas outras pessoas não pagaram. E aquela pessoa, a do exemplo, está no SPC por isso. E, por estar no SPC, apesar de toda a liberdade que possui, não tem liberdade para abrir crediários, possuir talão de cheques e nem alugar coisas em seu nome.



Sem grades, paredes, sem restrição do direito de ir e vir, sem perder nada inclusive, esta pessoa está presa. Não presa em um cubículo com dezenas de pessoas desconhecidas, mas presa a obrigação de voltar todos os dias a uma casa com poucas pessoas com quem você não quer mais conviver. Essa pessoa não está presa em um presídio, mas em um cadastro. Essa pessoa não está presa fisicamente, moral ou espiritualmente que seja, ou psicologicamente, e nem mesmo economicamente (pois tem algum dinheiro): simplesmente está presa... somente compartilha com outras pessoas presas a impossibilidade de movimentar-se, de sair de onde está.





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