Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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29 de abril de 2007

 

"Caminhando contra o peso, sem lanche, sem carobidrato, no sol de quase dezembro, eu vou..."

Fazer regime é complicado, mas é gratificante.



É complicado porque você, de repente, passa a planejar toda a sua alimentação, desde à noite anterior, quando você começa a pensar no que vai comer pela manhã, até a semana, que você planeja compensações para possíveis excessos, e coisas gostosas e engordantes que você comerá caso não cometa excessos ou consiga compensá-los satisfatoriamente.





Exige disciplina, para que você não coma agora, e sim só depois, na hora programada, a quantidade adequada, para que você identifique se o que está sentindo é mesmo fome ou vontade de comer - e, na dúvida, decida que é vontade de comer, para que você troque o delicioso açúcar pelo insosso e pingado adoçante (o adoçante não deixa aquele restinho no fundo do copo do café, e você não pode mais pescar esse restinho com a colherinha...), e para que você pense o quê e o quanto está comendo antes de comer, enquanto está comendo e depois de ter comido. Você precisa também pensar nos convites dos amigos: "vamos comer uma pizza hoje?", melhor amanhã, porque hoje você já cometeu as extravagâncias proibidas. "Só posso hoje!", tudo bem, amanhã você compensa duplamente, comendo só uma fatia de pão no café da manhã, como sempre faz (depois do regime), dois biscoitos a menos no lanchinho da manhã (e compensa a dimunuição com café preto e água), toneladas de verdura para cada milímetro quadrado de massa, arroz ou carne que você almoçar (e como a comida é por quilo, você come uma floresta inteira com meia dúzia de coisas amarelas ou cozidos perdidas ali no meio, e tudo isso sem GPS para localizar as coisas gostosas), o lanche da tarde, que era ocasião de pequenas extravagâncias, como um rissoles ou um copo de nescau, fica igual ao lanche da manhã, e a janta continua sendo a mesma boa e velha fatia de pão com manteiga, e você fica pensando em trocar o copo de leite por litros de água.



Exige também paciência, para encontrar a indicação da quantidade de carboidratos no rótulo (às vezes, em locais praticamente inacessíveis, ou então ilegíveis), para calcular toda a porcaria (em um saco com mil biscoitos dentro, eles colocam a quantidade de carobidratos presente em dois biscoitos e meio, e você fica fazendo cálculos aproximados de quantos carboidratos teria em três biscoitos, ou então em 100 gramas de biscoitos, e você tem vontade de abrir o pacote e pedir à moça das verduras no supermercado que pese quantos biscoitos equivalem a 100 gramas); paciência também para equilibrar tudo o que você vai comer; paciência para descobrir como se prepara a tal berinjela; paciência para inventar coisas diferentes utilizando somente carne moída, miojo e berinjela; paciência quando descobre que uma farinha de bolo normal custa três vezes menos do que farinha de bolo light; e paciência para descobrir que tudo, mas absolutamente tudo o que existe tem carboidratos (menos meia dúzia de coisas como carnes, ovos, coca-cola zero ou light, frios e poucas outras coisas mais - como ar, água e, possivelmente, terra, que não experimentei, todavia).





Você precisa também de força de vontade, mas isso vem do estímulo que você tem para emagrecer: paixão, medo da morte, vaidade, todas essas coisas dependem do grau com que afetam você.



É difícil, mas é gratificante. Mais ou menos, pelo menos para mim, como terminar um trabalho da faculdade antes do tempo, chegar cedo nos compromissos, ou conseguir concretizar algum projeto. Eu não faço isso para ouvir o reconhecimento alheio, mas é ótimo ouvir as pessoas dizendo "puxa, você emagreceu...", "olha, você em versão light" e "mas o que você está comendo para isso dar certo??". Anima muito.



Eu só procuro evitar sofrer de fome (alguma fome eu sinto às vezes, mas por, no máximo, uma hora, quando muito); e procuro evitar me transformar em algo parecido com um pastor do regime, conclamando a todas as pessoas em volta que façam o mesmo, que comam pouco, façam regime, se restrinjam de comer coisas gostosas muitas vezes no dia para fazer isso algumas poucas vezes por semana, enfim, é um regime e não uma religião. Não me irrito com quem não respeita meu regime, e não dou muita satisfação também.





É interessante como às vezes dá vontade de fazer muito grau com isso. Ainda tenho uma barriga, se bem que menor do que era (não consigo mais deixar um copo de refri equilibrado nela, à lá Hommer

Simpson, mas ainda tem muito diâmetro a desaparecer). Mas, mesmo assim, sei lá, deve ser um mecanismo de estímulo, que é muito fascista. Eu faço o regime para mim, agradeço os estímulos, ignoro educadamente as indiferenças e compreendo as oposições e recomendações (do tipo "olha a anorexia..."). Um regime pode virar um verdadeiro regime fascista, e é impressionante como uma sensível redução na minha linha do equador pode quase subir à cabeça. O pior que já fiz foi comer iogurte natural na frente das minhas colegas, propositalmente, só para ouvir elogios à minha alimentação saudável e aos visíveis resultados conseguidos até então. Um afaguinho na minha vaidade às vezes cai bem. Hehehe.





Ainda não me sinto leve como uma pluma, e nem a brisa ameaça me levar junto, ainda. Mas é legal, no fim das contas, me sentir mais leve. Coisa que ninguém tem obrigação de fazer, e que, por isso mesmo, se torna mais agradável.





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