Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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3 de março de 2007

 

Quase-criatividade

Eu ia escrever um texto, na minha opinião muito legal, mas achei um texto da Vange Leonel que diz tudo o que eu iria dizer no meu, e diz mais coisas ainda. Minha idéia era tão boa que outras pessoas já a tiveram, e a tiveram melhor ainda...
Roubei daqui

O Clitóris Ameaçado
Cientistas acham que o clitóris tende a desaparecer nas mulheres. Vange Leonel formula, numa brincadeira quase séria, uma pequena teoria para a evolução do clitóris.
por Vange Leonel

nota da autora: esta minha teoria não tem nenhuma pretensão acadêmica apesar dos dados e informações apresentados serem todos extraídos de estudos científicos sérios, através de fontes primárias e secundárias. Trata-se mais de um pensamento inspirado lançado à rede para estimular as mentes críticas de nossas leitoras...


Mas por quê, afinal de contas nós mulheres possuímos um clitóris? A primeira explicação vem rápida e ligeira: ora, para nos dar prazer! Só que essa justificativa não é suficiente para os Darwinistas de plantão. Para esse tipo de estudioso há apenas duas explicações possíveis para qualquer característica física em um ser vivo: ou o traço em questão favorece o sucesso reprodutivo e competitivo daquela espécie ou então é mero resquício de algo que no passado teve alguma função evolutiva e hoje não tem mais.

Nesse caso, patas mais velozes, caninos mais afiados e um pênis que fique duro para melhor penetrar a vagina de uma fêmea são, todos, traços e características favorecidos pela seleção natural, pois incrementaram o sucesso de muitos mamíferos, só para citar um exemplo. Porém, quando se trata de discutir o clitóris, a comunidade científica se divide: há aqueles que acham que o clitóris pode ter sido favorecido pela seleção natural e há os que acham que esse nosso grande pequeno órgão é apenas um vestígio de algo que um dia foi útil.

É claro que todos concordam que o clitóris é fonte do prazer feminino. Mas é que, em termos puramente ultra-Darwinianos, a mulher não precisa, tecnicamente, ter orgasmo para passar seus genes adiante. Todo mundo sabe que uma mulher estuprada e violentada pode engravidar sem ter qualquer prazer na relação - o mesmo, não acontece com os homens. Nesse sentido, o prazer masculino tem uma explicação evolutiva clara enquanto o orgasmo feminino e o clitóris permanecem um enigma, sob o ponto de vista dos Darwinianos e da seleção natural.

As Macacas

Observando nossas parentes geneticamente mais próximas, as macacas Bonobo, vários cientistas tentam descobrir pistas sobre quem fomos e como éramos logo que surgimos como espécie. A primatologista Sarrah Blaffer-Hrdy sugeriu, numa nota de rodapé de seu livro "The Woman That Never Evolved", que os relacionamentos lésbicos entre as Bonobos poderiam ser uma maneira de reforçar os laços sociais femininos dentro de um grupo. Favorecidas pelos seus clitóris proeminentes as Bonobos, famosas por sua híper-sexualidade, têm uma facilidade enorme de travar contatos sexuais com suas parceiras. Nestes encontros as macacas estimulam os seus clitóris - que estão localizados na parte da frente do corpo, como em nós, humanas - preferindo a posição face-a-face nestas relações "lésbicas" (quando copulam com machos a posição de praxe é de quatro e de costas). Desta maneira, o clitóris teria um função primordial no contato de uma fêmea com outra (relação frontal e estímulo direto dos clitóris), sendo menos importante no contato de uma fêmea com um macho.

Assim, constatamos que o clitóris têm uma função clara quando se trata de sexo "lésbico" entre as primatas. Mas qual a vantagem reprodutiva que uma relação estéril entre macacas pode trazer? Ora, levando-se em conta que todas as Bonobos são basicamente bissexuais e, portanto, procriam, Blaffer-Hrdy chegou à conclusão que uma macaca, ao ampliar a sua rede de alianças com outras fêmeas (através do sexo lésbico), diminuía o risco de ter a sua prole ameaçada por ataques de outros indivíduos do grupo. Além de virem em sua defesa na ocasião de um ataque, essas fêmeas-namoradas não atacariam a prole de sua amiguinha, o que é muito vantajoso pois os macacos, em geral, costumam atacar os filhos daquelas que não são suas parentes próximas e com as quais não se relacionam afetiva/sexualmente. Desta maneira, o sexo lésbico (e o sexo promíscuo com outros machos) favoreceria o sucesso reprodutivo das macacas, incrementando as chances de sua prole crescer forte e saudável sem ameaças vindas do próprio grupo. Com a vantajosa alternância de sexo lésbico e heterossexual por parte das macacas - e agora a dedução é só minha - a seleção natural pode ter favorecido o clitóris das fêmeas.

Nós, demasiadamente humanas

Bem, se esta pode ser uma explicação cabível da função do clitóris para o sucesso evolutivo das fêmeas primatas, será que podemos inferir o mesmo para nós humanas? Um detalhe parece ser significativo quando nos comparamos com as macacas Bonobo: elas têm o clitóris muito maior. O que aconteceu então com os nossos clitóris desde que nos separamos evolutivamente do ramo das Bonobo? Será que nossos órgãos diminuíram com o tempo? Pode ser.

Talvez tudo tenha começado quando nós, hominídeos, lá na pré-história, deixamos de ser uma sociedade de caça e coleta, como os macacos, e passamos a dominar a agricultura. Deixamos de ser nômades e passamos a ter um pedaço de terra para plantar - e daí, para a instituição da propriedade privada, foi um passo! Com o advento da propriedade surge a monogamia, pois a propriedade têm que permanecer dentro dos domínios da família - adeus promiscuidade! Graças a enorme diferença de tamanho entre machos e fêmeas hominídeos (que favoreceu a dominação masculina pela força) a noção de propriedade se estende também às mulheres: os homens passam a possuir suas esposas e pais negociam propriedades por filhas.

Mas o que isso tem a ver com nossos clitóris diminutos? Simples: com a instituição da propriedade seguiu-se a alienação das fêmeas da espécie humana. O patriarcado enclausurou as mulheres e as separou do contato mútuo extra-familiar. Se é verdade que o clitóris evoluiu como uma maneira de reforçar alianças femininas através do sexo lésbico, a impossibilidade física de as mulheres realizarem tais encontros fez com que, darwinianamente falando, diminuísse a pressão seletiva sobre o clitóris da mulher. Desta maneira, depois de 8 mil anos de civilização patriarcal, nossos clitóris são bem menores que os de nossas irmãs Bonobos - e nossas alianças femininas, bem mais fracas!

O caso é que, mesmo que nosso clitóris não seja um resquício vestigial e que sua explicação evolutiva seja próxima da citada acima, a previsão catastrófica é que, com o tempo, nossos clitóris tendem a desaparecer. Por isso, só nos resta lançar um grito de alerta para as mulheres de todo o planeta: SALVEM O CLITÓRIS! FAÇAM MAIS SEXO LÉSBICO!


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