Divagar divagarinho

Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!
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14 de janeiro de 2007

 

Domingo

Sou daquele tipo de pessoa que causa repugnância. Mas não uma repugnância clara, sensível. Somente uma repugnância indiferente.
Gosto das diferenças, e acabo por ser diferente demais. Eu sempre estou em outro lugar, quando me pegam acabam descobrindo que não era eu, e isto, decerto, assusta as pessoas. Eu sou imapeável, ilocalizável, fluída demais para que se possa apontar.
Me transformo demais. Como um X-Man, mudo de forma quando quero e absorvo as coisas das outras pessoas. Sei como é não poder tocar ninguém, ter um toque prejudicial.
Mesmo quando não me escondo existe um véu em minha frente, em minhas costas, em torno a mim.
Sei que sou eu quem faço isso, no final das contas.
Eu, que tanto quero que já não importe dizer ou não dizer mais "eu". Eu sei dizer "o sol nasce" como todo mundo. Mas sei demais que isso é só uma maneira de dizer as coisas.
Eu não me encontro em território algum, caminho somente entre os limites de um e de outro - estou em vários territórios, e, ao mesmo tempo, em nenhum, por causa disso. Não posso dizer que me desterritorializei, porque em algum momento estou em algum território. Mas nunca tiro meus pés daquele espaço confuso, difuso, indefinido entre vários lugares.
Eu não tenho tribo. Meu grupo não existe, talvez seja isso. Não há quem se identifique comigo. E isso é uma benção e uma maldiçao.
Eu não suportaria me confinar, mas isso é doloroso e muitas vezes eu não quero mais isso.
Eu não suportaria que me dissessem "tu és": "tu és isso, tu és aquilo". Mas somente é possível amar quem pode ser apontado. Discernido.
Aí eu acabo carregando toda a leveza e todo o peso desta condição.
Esta condição é o que quero. Mas certas consequências disto, às vezes, parecem ser mais do que eu consiga suportar.

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